Review: Cyberpunk 2077 (2020)

Bem vindo a Night City, dependendo da sua situação é bem vindo de volta à cidade do neon roxo no qual residia uma grande expectativa por parte de diversas pessoas que almejavam pular essa fronteira e ter essa vida louca nesse universo cyberpunk da CD Projekt Red e aqui devemos destacar que a experiência de jogo de cada player será única, e não necessáriamente isso será bom em Cyberpunk 2077.

Cyberpunk 2077

Cyberpunk 2077 é um dos projetos mais ambiciosos da desenvolvedora de The Witcher 3 com 10 de planejamento, oito de desenvolvmento e apenas algumas horas para viver um verdadeiro inferno para a maioria dos jogadores que adquiriram o game.

Na dúvida se lançou um RPG, um jogo de ação ou um RPG de ação o que acabou sobrassaindo foram os problemas que o jogo enfrenta desde o primeiro dia de lançamento. Isso diz muito sobre os atrasos que o jogo recebeu e que provavelmente, um novo atraso teria feito muito bem para as versões base no PlayStation 4 e Xbox One.

Nossa aventura em Night City

Talvez fosse um sinal que no dia do lançamento a versão de Xbox One não ter aberto aqui para realizarmos nossa live na Twitch com vocês, contudo, isso nos gerou uma versão de PC para testarmos. Após algumas dificuldades conseguimos iniciar a jornada em Night City "depois do hype" e essa deve ser a palavra para a comunidade lidar bem ou aprender de vez o uso dela.

É possível que junto com mais meia duzia de gente no mundo eu fui um dos poucos a não criar expectativas lá na Estratosfera, de ficar "é HYPE meu, cala boca que será jogão". Eram promessas demais e que com o passar do tempo demonstravem isso: promessas. Mas vamos falar dos problemas mais para a frente pois até enfrentar alguns, conseguimos jogar boas cinco horas de Cyberpunk 2077.

O início do game é muito linear para nos apresentar esse mundo e começamos com a missão de entrar em Night City nos melhores modelos das cenas de imigrantes tentando entrar no Estados Unidos com suborno em seriados. Saudades quando passava pela cerca da divisa e chegávmos em Miami.

Não é um bug mas poderiam ter tido mais capricho para fazer uma direção melhorzinha, quando usamos nosso carro pela primeira vez é terrível dirigir a caranga. Antes fosse por ser um motor potente nas mãos de amadores mas é pura falta de ter um gameplay dedicado, por mais simples que fosse. Se você acelerar e tentar colocar o carro na pista, e com isso, acabar dando alguns 360... Não se assuste.

Dentro de Night City o sentimento de estar dentro do live action de Ghost in the Shell é muito forte no início com as referências jaonesas pelo mapa. A idéia básica de um universo cyberpunk é unir alta tecnologia com uma vida pobre em sua grande maioria, contudo, quanto mais o jogo avança maior é a sensação que o neon roxo define o clima cyberpunk do game.

Cyberbugs 2077?

A tecnologia mobile evoluiu ao ponto de levitar

Por jogar no PC não encontrei muitos bugs, não ao ponto das versões de consoles que foram do "impossível jogar" ao "vê se agora dá pra jogar mesmo que com problemas". No PC encontrei muitos probleminhas que conforme vão se somando, vão irritando. O mais comum é vermos personagens aparecendo e sumindo repentinamente.

Outro detalhe que foi muito comum por aqui foi de ir exatamente onde o jogo pede ou o progresso não avançava, especialmente nas missões que a cada sala deveríamos ir até um ponto para continuar progredindo. Isso nos leva a outro ponto que com o tempo se torna irritante.

As interações no game são realizadas com o a tecla F, talvez um sinal, e mais uma vez o campo de interação com objetos e missões é muito restrito. Se você quer entrar no carro por exemplo você precisa ficar exatamente na frente da porta, não adianta estar próximo a porta. Isso se repete para lootear e até mesmo para sentar no balcão do bar.

Conforme vamos vencendo esses detalhes começaram a aparecer algumas coiss estranhas nas missões a começar nas que pediam uso de stealth. Fazer algo na surdina no game é complicado com a visão dos inimigos sendo ampla demais lateralmente ou com o game pedindo isso em uma sequência de corredores sem ter onde se esconder...

Superando o stealth mode na base do modo Rambo de ser o jogo apresentou um novo problema: termine a missão e não complete. Isso foi muito inesperado de ver acontecer e ao reiniciar a missão acabou completando. Após isso está sendo comum entrar em missão, algo atrapalhar e jogar sempre de modo a reiniciar o game quando algum detalhe empaca o progresso no jogo e não pela falta de habilidade com a situação.

Muitas promessas

Entre tantas coisas que foram prometidas para o game o ponto que me deixou no modo "Curupira" das expectativas foi quando reforçaram demais sobre a customização do personagem e mais para a frente sabermos que nunca iriamos ver o que criamos de fato. Existem alguns espelhos que mostram o que somos e até a confusa tela do menu do personagem, mas durante o game? Esqueça. Explorando arquivos do jogo descobriram que somos algo bizarro se observados na terceira pessoa.

Talvez a CDPR tenha focado demais em podermos fazer o Malaquias e a Larissinha muito como gostaríamos e na possível libertinagem no game, e assim, as demais opções para criar personagem acabaram ficando poucas e genéricas. Mas tudo bem, se deu para fazer o gigante guerreiro que também não será visto ou terá sua ação, está safe.

Em aspectos de gameplay a ideia dos implantes como melhoria das habilidades foi uma idéia boa demais, contudo, seu uso prático não reflete o que foi idealizado e até termos algum upgrade bravo, não existem muitas diferenças de jogar com ou sem peças novas, a menos que elas dêem uma habilidade para avançar na missão.

TV Paninho? Depende do ângulo

Após toda esse experiência vou esperar sair alguns patchs e continuar o jogo. Não ter comprado o famigerado hype foi benéfico para a minha pessoa. Se com isso estou dizendo para você não se empolgar com mais nada? Não, contudo, não crie expectativas altas demais pois mais vale sermos surpreendidos do que ficarmos extremamente decepcionado por algo que colcamos na cabeça com ajuda das propagandas.

Em 2013 Watch_Dogs já havia nos ensinado isso e mesmo com toda fama de "Bugsoft" na década, os games que a Ubisoft nos entregaram podiam ter alguns problemas ma era possível jogar e nisso acabar encontrando cenas bizarras ou curiosas de bug como as crianças de Valhalla, para citar algo recente.

Cyberpunk 2077 demonstra ter história e ideias para o caso de usar sistema de notas, o qual não simpatizo tanto nessa década, seria aquele jogo aluno universitário que sabe das coisas mas vive no bar. Ele podia ter uma desempenho melhor? Com certaza, mas ele adotou a ilusão e rushar na reta final para conseguir um seis ou sete com a mentalidade do "seis é 10".

Caso a CDPR consiga resolver os problemas dos consoles base com as duas atualizações prometidas até fevereiro, talvez o jogo valha a pena para essa galera. Já na atual geração e PC, vale mais a persistência para completar a história e no fim cada ter um juízo se tudo valeu a pena. Espero voltar em alguns meses e contar o fim dessa jornada para vocês.

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