Há 18 anos era lançado Metal Gear Solid


Na semana de Game & Música com Heavens Divide de Metal Gear Solid: Peace Walker, outro clássico da franquia volta ao site: no dia 21 de outubro de 1998 era lançado Metal Gear Solid, terceiro game canônico da série e sequência direta de Metal Gear 2: Solid Snake. Então é óbvio que não teria como deixar algo assim passar em branco, mesmo com o leve atraso. Vai ter nerdice comemorando sim.

É essa fera aí, bicho


MGS ganhou fama por implementar dublagem e cutscenes usando os gráficos e a mecânica do próprio jogo, um traço que hoje em dia é tão familiar aos fãs de Metal Gear. E pode ter sido lançado antes dos anos 2000, mas o game foi recebido com grande feedback: seis milhões de cópias vendidas, e nota 94 no Metacritic, site obrigatório se você quer saber a reação da internet para um livro, série ou filme.

O sucesso levou a Metal Gear Solid: Integral, versão expandida lançada para PlayStation e PC, e Metal Gear Solid: The Twin Snakes, remake que mais tarde foi lançado para GameCube. Também tivemos sequências, prólogos e spin-offs, e outras produções fora do mundo dos games, mas disso eu falo daqui a pouco.

Vamos para Alasca, 2005


A história de Metal Gear Solid se passa em 2005, seis anos após a queda de Zanzibarland em Metal Gear Solid 2: Solid Snake. Durante uma missão de treinamento em Shadow Moses, ilha remota na costa do Alasca, sob o comando de Liquid Snake, a unidade de elite FOXHOUND e as Forças Especiais se rebelam contra o governo americano. Os grupos querem 1 bilhão de dólares, e o corpo do outrora líder da FOXHOUND, Big Boss, que junto da terapia genética eles pretendem usar para criar um exército de super soldados.

Se os requisitos não foram cumpridos em 24 horas, o Metal Gear REX, robô gigante capaz de lançar armas nucleares em qualquer alvo do planeta será usado.

Apresentando, REX:


Com o clima de caos no ar, o Secretário de Defesa e ex-comandante da FOXHOUND, Coronel Roy Campbell é forçado a contatar e tirar da aposentadoria ele mesmo, Solid Snake. Após uma série de complicações e problemas que eu vou omitir porque spoilers, Solid chega ao hangar de REX e enfim se vê cara a cara com Liquid Snake. Esse fala dos planos da FOXHOUND que levaram a tomar posse do mecha, bem como do Les Enfants Terribles, projeto da década de 1970 que na tentativa de clonar Big Boss deu vida a Solid e Liquid Snake, ou seja, os dois são, dentro de uma perspectiva bem doida, irmãos.

A luta segue, mas Gray Fox (Frank Jaeger) surge e REX é destruído, Solid derrota Liquid e escapa. Nos momentos finais é revelado que Solidus (George Sears, o clone perfeito do Big Boss) é o atual presidente dos Estados Unidos. Com isso Metal Gear Solid se torna é o único título da franquia a ter dois finais, e conseguir cada um vai depender das suas ações durante o game. Então sabe a moda atual de finais alternativos? MSG manjava disso before it was cool.

Conhecendo os personagens de MSG

Artwork de Twin Snakes

Visto que a franquia Metal Gear é toda baseada nessa coisa de conspiração, agentes secretos, clones, espionagem, programas do governo, grupos black ops, armas mil, é bem normal você se perder na BR se não tiver o mínimo de intimidade com a história, ou se pelo menos não tiver costume com essas tramas ala Missão Impossível. Então vai um resuminho sobre quem é quem.

Começando do começo, dispensa dizer que o protagonista é Solid Snake, né? Lendário infiltrador e sabotador, ele faz a coisa toda acontecer em MSG, mas não sem contar com o apoio tático do Coronel Roy Campbell via rádio. Campbell inicialmente esconde alguns segredos de Snake, mas gradualmente os revela, ganhando a companhia de Naomi Hunter no suporte médico, e Natasha Romanenko, provendo dicas de itens e armas. É incrível como falou espionagem, tem que ter uma Natasha no meio. Risos.

Além deles você também vai encontrar Master Miller, que é deveras importante na trama, e Mei Lin, responsável pelo sistema de radares usados na missão, e pelas informações da mesma, ou seja, chame ela para salvar o seu status no game.


Já o antagonista do game obviamente é ele, Liquid Snake, líder da agora organização terrosita FOXHOUND, e contraparte genética de Solid Snake. Ai você me pergunta: quem diabos é a FOXHOUND, que você já citou umas cinco vezes nesse texto? Ela é uma unidade de elite especial especializada em missões únicas, que começou com bons ideais e ao longo do caminho se corrompeu. 

Seus membros são Revolver Ocelot, pistoleiro estilo velho oeste e expert em interrogatórios, cuja arma é uma Colt Single Action Army;


Sniper Wolf, uma sniper acima da média;


Vulcan Raven, grandalhão e xamã do Alasca que faz jus ao nome por usar uma M61 Vulcan;


Pyscho Mantis, expert em telecinesia que por debaixo da máscara esconde um rosto nada amigável;


E Decoy Octopus, um mestre dos disfarces tão bom que eu não consegui imagens dele, então vai uma arte conceitual mesmo;


Outros personagens que você não pode esquecer: Meryl Silverburgh, sobrinha do Coronel Campbell e soldado novato que estava em Shadow Moses, mas não se juntou a revolta, Dr. Hal Emmerich, desenvolvedor principal do Metal Gear REX, e o "Ninja," um agente misterioso ciberneticamente aprimorado que não é nem inimigo nem aliado de Solid Snake, mas se opõe a FOXHOUND.

Outras obras que Metal Gear Solid inspirou


Como game, Metal Gear Solid veio numa época de gráficos muito mais avançados que os pixels da geração 16 bits, mas ainda assim com visual super quadrado/poligonal/serrilhado em comparação aos games de hoje em dia, que são verdadeiros filmes. Nas artes conceituais, promocionais, e nas obras que o game inspirou, sempre investiram num estilo misterioso, meio vago, artes que passam o ar sério da trama muito bem.

Inclusive o meu primeiro contato ever com Metal Gear foi quando eu vi um desenho lindo do Snake, numa dessas revistas de games que faziam sucesso nos anos 90. Tentei desenhar o dito cujo, pois eu desenho desde garota, mas claro que não deu certo, risos. Se não me engano foi esse aqui:



Nem só Twin Snakes e Complete foram os frutos de MGS. Teve até versão para rádio! Dirigida por Shuyo Murata e com texto de Motosada Mori, a série teve doze episódios transmitidos entre 1998 e 1999 no programa CLUB db da Konami, sendo re-lançada futuramente em dois CDs. A trama se passa após os eventos do game, onde Snake, Meryl, Campbell e Mei Ling, com as vozes dos dubladores originais da versão japonesa, realizam missões em países de terceiro mundo como FOXHOUND.

Na série novos personagens foram apresentados como o Sargento Allen Ishiba (voz de Toshio Furukawa), um membro da Força Delta que ajuda Snake e Meryl, Coronel Mark Cortez (voz de Osamu Saka), um velho amigo de Campbell que comanda a Esteria, grupo de forças especiais do exército, e o Capitão Sergei Ivanovich (voz de Kazuhiro Nakata), um ex companheiro de guerra de Revolver Ocelot dos tempos do Serviço de Inteligência Estrangeiro russo.

HQ? Teve também. Em 2004 a IDW publicou uma série escrita por Kris Oprisko e ilustrada por Ashley Wood, com doze edições publicadas cobrindo 100% da história do game. E imagine você: até para console a HQ foi adaptada. Sim. Metal Gear Solid: Digital Graphic Novel foi lançada para PSP com visuais melhorados e dois modos interativos para dar mais detalhes sobre a publicação: nela o jogador pode "escanear" a interface da página para buscar personagens e itens em visão tridimensional.

Livros? Temos. Uma novelização baseada em Metal Gear Solid foi escrita por Raymond Benson e publicada pela Del Rey em 2008. A segunda novelização veio em 2015, escrita por Kenji Yano (sob o nome de Hitori Nojima) e foi batizada de Metal Gear Solid Substance I. A história aqui é narrada através de um arquivo escrito por um jovem que viveu em Manhattan em 2009, e reconhece alguns elementos da trama de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain em relação a certos personagens tais como Liquid Snake e Psycho Mantis.

Conclusão: parabéns, Metal Gear Solid!


O que Hideo Kojima conseguiu com Metal Gear Solid vai além da definição padrão de "um bom game." Embora aqui nós joguemos com elementos padrão de ação e espionagem de nomes feito Bourne, Missão Impossível, a conspiração política de séries como 24 Horas e West Wing, mesmo a questão tecnológica que acaba me lembrando Matrix, MGS consegue elaborar e contar esses elementos de forma bem cativante e única.

Por isso, parabéns para nós também! Não é todo dia que surge uma obra tão única quanto essa.

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