Há algumas semanas o canal americano CW exibiu o tão aguardo crossover entre as séries da DC Comics: The Flash, Arrow, Legends of Tomorrow e a novata Supergirl se uniram num evento ousado em termos de produção e marketing, pois antes durante e depois muito se falou sobre o "Invasion." E porque nós não falamos dele antes? Simples: no dia 15/12 a Warner exibiu o crossover no Brasil, e diferente dos outros sites que não respeitam o público com relação a spoilers (pra não dizer cagam e andam), eu me preocupo com isso.
Então é.. Agora sim vamos trocar uma ideia.
Supergirl
A forma como incluíram Supergirl no crossover foi super sutil, mas incrivelmente bem pensada: ao mesmo tempo que Medusa contou a própria história e foi um dos, ou o melhor episódio da série (seriamente empatado com Changing), teve o % certo de link para colocar Kara Danvers em contato com o Arrowverse - Barry Allen e Cisco tentando várias vezes abrir um portal para a Terra 38 e só conseguirem no final, levando a briga dos Dominadores para começar mesmo em The Flash.
Sobre Medusa: o mais eu assisto, mais me surpreendo com o que Supergirl se tornou na temporada atual. É sensacional como conseguem lidar com tantas histórias e parecer que é uma coisa só, sem ficar naquela coisa de "ah, essa metade da temporada é sobre isso," "a outra metade é sobre aquilo," e etc. As coisas estão bem sincronizadas e os personagens ficando menos superficiais, mais fáceis de você se importar com eles.
Sou ousada e alegre de dizer: do universo das série de heróis, foi a melhor coisa que aconteceu em 2016.
The Flash
Não assisto The Flash, mas sei bits suficientes que não me deixaram perdida no segundo episódio do crossover, esse sim com nome de Invasion: Barry Allen fez o que melhor sabe -bagunçou a linha do tempo- e criou o famoso Flashpoint, e quando tentou consertar, só bagunçou mais ainda o presente. Resultado: o irmão do Cisco foi morto, Caitlin Snow (risos) virou a Nevasca, Wally West ganhou poderes (yep, Kid Flash), Diggle ao invés de ter um filho agora tem uma filha.
Gostei do episódio. Embora em algumas partes os diálogos soaram mal elaborados ou idiotas, o saldo foi bom. De novo equilibraram bem o % de quem apareceu no episódio para não aparecer nos outros, e teve mais Supergirl! Vimos na prática os Dominadores e a missão de reconhecimento bem nada amigável ao melhor estilo Area 51, lutaram com os heróis e tudo mais. Além de uma coisa que eu não esperava, mas em parte acabei gostando...
... Já revelaram a mensagem de Legends of Tomorrow que foi enviada pelo Barry do futuro (2054), e eu pensando que iam segurar o segredo por mais tempo! O mesmo fizeram em Supergirl quando a Lena descobre que a mãe é líder do Cadmus... Não enrolaram e criaram drama por muito tempo (algo que a Marvel adora fazer...). Isso gerou um conflito sobre liderança, direitos, e eu gostei do tema que levantaram: tempo.
Não vou com a cara do Arqueiro Verde, mas justo ele disse a coisa mais sagaz: Barry fez besteira quando quis salvar a mãe de morrer, got it, mas quem pode julgar? Ok, a Sara teve razão ao falar do cuidado que com a linha do tempo, apesar da tentação de trazer a irmã de volta. Mas e aí? Quem pode? Sinceramente: eu não resistiria.
Ver os heróis juntos foi divertido pelas interações (como não amar o Onda Térmica?), as cenas de ação, e foi legal porque mostraram coisas dos Dominadores: a luta com os heróis, o controle mental, mas não revelaram a real. Gostei dos efeitos especiais também, decentes e bem feitos. Pena que a Marvel não invista nesse tipo de ideia. (falo disso ainda nesse post)
Arrow
Flash ficou entre a ação e aventura, Arrow explorou o lado mais emocional da coisa como eu imaginava que seria. Nele focaram no #TeamArrow enquanto o #TeamFlash saiu de cena, pois os Dominadores tiveram uma ideia que deixou o episódio "mais devagar," dando um desenvolvimento emocional necessário, mas até bem no final do episódio foi meio ponto de interrogação entender o que eles quiseram com isso.
Seguinte: depois da luta com os Dominadores em The Flash, dos heróis quebrarem o controle mental, Sara, Thea, Oliver, Diggle e Ray Palmer são literalmente abduzidos, e em seguida entram numa série de realidades paralelas ao melhor estilo What if, onde eles vivem a vida que teriam se certas coisas não tivessem acontecido. Ou seja: Diggle é o Arqueiro, que na verdade se chama Capuz, Sara não é uma assassina, Ray é noivo da Felicity, Thea e Oliver tem os pais vivos e Oliver é noivo da falecida Laurel Lance, a Canário Negro.
Essa parte foi bem jogada, mas ao mesmo tempo bizarra. Mal eles imergiram nas ilusões plantadas pelos Dominadores e já começaram a ver que era tudo mentira + arrumar um jeito de fugir. Mas também foi triste. Enquanto isso Cisco, Felicity e o #TeamArrow tentam resgatar os amigos, que ao descobrirem a verdade são enfrentados pelas coisas que marcaram as suas vidas, como Slade Wilson, que matou a mãe do Oliver/Thea, e Damien Darhk, que matou a irmã da Sara.
No fim, adivinhe: os cinco estão no espaço, tirados de cena justamente por não terem poderes, pois os Dominadores queriam criar uma distração enquanto preparavam a surpresa: uma arma específica para matar os meta-humanos, pois eles viram o caso Flashpoint e consideram Barry uma ameaça.
Legends of Tomorrow
Saiu a tensão emocional, voltou a aventura e pudemos ver os novatos! Gosto da Vixen e como ficou legal o traje do Cidadão Gládio? O movimento dos olhos é a melhor parte.
Já que as Lendas lidam diretamente com esse tipo de coisa tipo os Dominadores, ficou para elas fechar o crossover e mostrar todo mundo em ação com as ideias mirabolantes do "suporte técnico," o Oliver não fazendo sentido nenhum em pedir pra única alienígena aliada ficar de fora do combate para ele ter espaço (tipo... wtf, man), viagem no tempo, mais besteira (dessa vez feita pelo Cisco) e o caso do Stein:
No começo todo mundo pensa que o fato dele misteriosamente agora ter uma filha foi coisa do Barry, quando na verdade foi ele que interagiu com o ele mesmo de 1987 e encorajou a si mesmo a ter um filho.. Filha. #BugueSuaMente E a mina é deveras inteligente! Acaba que ela ajuda o pai a criar o dispositivo que pôs os Dominadores pra correr.
Desde que tiraram o Rip Hunter de cena, trouxeram a Vixen e o Cidadão Gládio, o elenco e Legends ficou mais gostável, pois não me leve a mal... O Hunter é aguado, ainda mais agora que fecharam o arco do Vandal Savage. Então a ausência do personagem tem sido uma benção, muito porque abriu a deixou a liderança com a cabeça de passarinho favorita da pessoa que vos fala, e é claro que eu estou adorando ver a Sara colocando ordem (ou não) no circo.
Aqui os Dominadores explicam que eles querem especificamente o Barry depois de tudo que ele fez, Barry quer se entregar todo "oh vida oh céus" de herói trágico, mas o Grant Gustin precisa ter um pouquinho mais de expressão facial, porque as vezes ele é meio pokerface. Claro que ninguém deixa e chega a hora que podia ser mais legal, mas ficou confusa: a luta final.
Ficou meio aeroporto-de-Guerra-Civil, mas tirou o tcham do momento cortarem da imagem da Sara com o Cisco direto para o heliporto, sem construírem a cena, sabe? Ainda assim.. Foi legal. Juro. Todo mundo em ação, mesmo o Diggle lutando, ele com um humor sensacional, o salvamento do dia, comemorações e a cerimônia que não iria passar sem o Mick perguntando pra Sara se ela não achou a nova presidente sexy, porque esse é o Mick.
Conclusão
Pra quem gosta de coisas brutais e violentas, com certeza o crossover foi horrível. Mas quem abriu o coração, deu sorte: Invasion teve muita ação, foi bem divertido, e como a Warner exibiu os 4 episódios em sequência ficou com cara de filme, dando um plus na experiência. Não posso reclamar, mesmo só assistindo Supergirl e Legends of Tomorrow.
Foi um crossover muito bom em termos de marketing também, com audiências recorde para as séries e para o CW. Então se o time tá ganhando, pra quê mexer? Ano que vem tem crossover de novo tão certo como depois da segunda vem a terça. Mas é uma faca de dois legumes: a parte boa é que gera engajamento dos fãs, divulgação intensa, expõe a marca, mas a parte arriscada é deixar o interesse das pessoas dependente só do crossover, sem cada série conquistar o público por conta própria.
Os temas abordados também foram bons. A conversa do Barry com o Oliver no final foi super relevante e me deixou pensando: viver a vida X deixaria eles felizes, mas deixaria eles completos? Tem diferença.
E fala a verdade porque com certeza você tá aí pensando nisso: não dava para as séries de uma certa Casa das Ideias seguirem o mesmo rumo? Deixar as séries ser independentes é ótimo e eu apoio, mas um evento desses ajuda muito na audiência que por exemplo, certos agentes da Shield vivem lutando pra manter. De marketing não tem muita empresa que entenda tão bem quanto a Marvel.
Esse foi o Invasion. Os Dominadores voltam em Supergirl, mas vejamos o que arrumam em 2017 para Liga da Justiça versão TV. Ah! Com o "mini portal" que o Cisco deu a Kara, não duvido ela voltar assim, como quem não quer nada.
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