Review: Scrap Riders (Demo) (PC)


Outro mês, outro review de jogo indie. Vamos fazer as contas? Em janeiro a série começou com The Pedestrian, demo de um super carismático projeto que  combina quebra-cabeças com plataformas de um jeito óbvio, e ao mesmo tempo surpreendente. Fevereiro, apesar do atraso (nada como um mês de caos...) foi a vez de um lançamento - Dandara, o metroidvania brasileiríssimo, dos mineiro da Long Hat House, que sacam de referências como ninguém.

E em março? Vamos para a Espanha, rir com as piadas ruins e o bom humor de Scrap Riders.


O que me chamou a atenção
A maioria esmagadora dos gamers é apaixonada por gráficos de realismo absurdo, e tudo bem, não é pecado. Eu mesma acho coisas tipo Final Fantasy 15 impressionantes e até assustadoras pelo grau de avanço tecnológico exibido, mas o meu coração sempre esteve mesmo é com a pixel art, a habilidade de criar imagens com nexo a partir de pontinhos, porque o pixel é basicamente isso.

Parece fácil, mas não é. Por isso quando o itch.io divulgou no Twitter que Scrap Riders era uma "aventura pixelart situada num futuro cyberpunk," e depois de uma leitura no perfil do jogo, não deu para resistir. E cá estamos.


A história
O game pode se passar no futuro, mas contém elementos de jogabilidade à moda antiga, como lutas em estilo beat em' up, uma das coisas mais legais dos anos 90... Vide meu jogo favorito desse gênero, que é é apenas o melhor: Streets of Rage. Na trama você é parte de uma gangue de motoqueiros fora da lei, que vive pelos desertos e grandes metrópoles controladas pelas corporações.

É um mundo cruel onde apenas os poderosos tem privilégios, e para ser livre você precisa sobreviver no deserto. E os recursos são escassos aqui. Acaba que no fim das contas não é uma premissa tão fora da realidade... Nós meio que já chegamos nesse estágio mesmo.

Você controla especificamente o Rast, um dos motoqueiros que não podia ser mais vagabundo do que já é. Isso porque é uma demo. Rast é absolutamente figura, tem um Q de Jason Statham, se o Jason tivesse cabelo, com humor de Jackie Chan, um personagem que podia vindo Velozes e Furiosos sem nenhum stress.

Depois de uma festa de arromba (será que Erasmo Carlos existe nesse mundo?) Rast decide passar o dia jogando videogames, porque um personagem de games jogando games é normal. Mas os planos voam pela janela quando Mudmum, a chefe da gangue (uma pirata, sim), invade o jogo de realidade virtual do Rast pra avisar que o carregamento de Desruptores de Deutério (Deuterium Disruptor) que ela havia vendido a outra pessoa, foram roubados.

Daí Rast, o único desocupado da Scrap Riders Motorcycle Club no momento, vira o encarregado de recuperar o carregamento.


Jogabilidade
Essa é a primeira demo, então falta muita coisa no jogo. Apesar das instruções serem dadas a medida que ele avança, o que é legal, não existe um menu, ou mesmo a possibilidade de pausar. Se você quer fazer outra coisa, tem que minimizar ou fechar o jogo. Isso é chato? É, um tanto, mas não chega bem a prejudicar a experiência de jogo tanto quanto os controles.

No momento você só pode jogar com WASD para movimentar, K interage com coisas e pessoas, Q saca a arma, I você visualiza um item ou pessoa, ao invés de interagir, e abre o menu, se tiver um item, J serve para correr enquanto andando, mas também é parte dos botões de interações (quando é o caso), e K é para cancelar uma ação.

Por que eu disse todos os controles? Porque é fácil você se confundir com que qual botão faz o quê, eu precisei olhar uma gameplay no Youtube pra entender que o que eu queria fazer, era o botão I que fazia. Foi um pouco confuso e levemente irritante, mas ainda assim estava divertido, pois o mix de gráficos em pixel bem coloridos e a trilha sonora que combina direitinho com o jogo, me agradaram bem.

Mas eu realmente espero que no futuro o jogo dê suporte a mudar a movimentação para as setas de navegação. WASD é a minha morte.


Pontos fortes e fracos
Os pontos fracos são inevitáveis por ser um projeto ainda no começo, feito ausência de um menu ou a presença bugs. Eu achei um no inventário que sumiu com um item essencial para o jogo avançar, e por isso fui obrigada a recomeçar a demo inteira. É uma coisa que vão corrigir no futuro, eu espero.

Mas os pontos fortes são mais e maiores: Primeiro, Scrap Riders tem um humor sensacional, mas não se engane: Apesar do gráfico pixelado, várias piadas e trocadilhos não são tão inocentes assim, é um humor quase Deadpool, mas em versão diluída, sabe? E fica ainda mais engraçado pelo fato do jogo ter escolhas nos diálogos, o que determina o rumo do jogo (Novamente, de certa forma, pois é uma demo).

E tem uma parte no final cuja lógica de jogo me lembrou muito um dos chefões de Streets of Rage. O terceiro, mais exatamente (Aquela coisa que corre feito um doido).

Veredito
Scrap Riders ainda promete ter um sistema de progressão e evolução do personagem, quebra-cabeças desafiadores, e eu posso confirmar isso, pois na demo já tem um meio encucante, uma história rica e aprofundada, e tudo isso me deixa bem animada com o futuro do jogo. Boa sorte a Games for Tutti, de verdade.

Fica o trailer pra você conferir esse Mad Max bem humorado, e se interessar... Baixe a demo! Apesar de curta, é uma experiência bem divertida. E é grátis.


SCRAP RIDERS
PLATAFORMAS: PC
STATUS: Em desenvolvimento
DESENVOLVEDORA: Games for Tutti
LANÇAMENTO: 04/11/2017 (Demo)


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