As alegrias, frustrações e expectativas para assistir Atomic Blonde


A vida melhorou demais desde que eu abandonei o vício em heavy metal, e a teimosia de querer ser parte desse mundo. Não é a primeira vez, e pelo visto não é a última vez que eu cito isso. O vazio aberto foi preenchido com caminhões de cultura nerd, e entre tudo, uma das coisas que eu mais gosto, embora a dedicação ao hobby ainda seja pouca: o cinema.

Eu preciso aprender a curtir o mundo do cinema, e me proteger de quem mata o simples prazer de você se interessar por um filme, e decidir assistir o bendito. Tem a Imprensa Especializada (pff), com os críticos que adoram ódio propo$ital, ou ra$gar uns elogio$ sem compromisso. Aí têm o público, um bando de gente amarga que sente mais prazer em criticar um filme que nem estreou, a de fato ver o filme. É um prazer quase sexual, vale registrar.

Como que a gente sobrevive nessa Terra de Ninguém? #Descubra. Nos filmes eu uso a regra, pois ela é clara: todo filme tem erros, mas se os acertos superam os erros, e fica a sensação da experiência ter valido a pena, é isso que importa. Não quero saber o que o Youtuber aborrecente falou. O que o crítico do Omelete escreveu. O que 50 fakes xingaram no Twitter/Facebook/Tumblr.

Não sou de ver muitos filmes, então se eu bancar a maria-vai-com-as-outras, o que será desses poucos? Tipo Atomic Blonde, por exemplo.


Desde o primeiro trailer que eu estou #vendida. Mesmo depois de ter dado com a testa num spoiler muito importante, o sentimento de "quero assistir" não mudou. Eu quero curtir o filme em toda sua glória e flop. Daí sobram as alegrias, frustrações e expectativas.


As frustrações
Vamos começar pelo ruim? Porque o ser humano é, por padrão, mais pessimista do que otimista, então primeiro a gente senta o pé na cara, depois faz as perguntas.

A minha primeira e maior frustração é por ter pego o tal spoiler. Eu gosto disso, sabe? Ver/Ler entrevistas relacionadas ao filme, os trailers, descobrir curiosidades, mas a internet é 100% idiota, e o americano acha que o mundo gira ao redor dele. Então pra ele, é super OK soltar uma entrevista com spoiler antes do estrear em certos países.

É a beleza da vida no Terceiro Mundo.

A segunda frustração é bem maior do que eu vou dizer aqui. Quando saiu o primeiro trailer, logo veio o "Ain não vou ver esse genérico de Jon Wick/Salt/Bourne/Missão Impossível." Bom, considerando que o David Leitch, diretor de Atomic, dirigiu Jon Wick e O Legado Bourne, o padrão é normal. Já o filme de The King of Fighters... Isso não foi normal.

Isso nem é o que me incomoda. Eu amo Salt. Pra falar de Missão Impossível eu gastaria uns 15 posts, é a minha franquia de filmes favorita. Eu sei é que: tivemos não sei quantos James Bond, e o mundo vive em paz. Steven Seagal e Chuck Norris fazem o mesmo maldito tipo de personagem há anos, e ninguém morreu por isso (eu acho). O tanto de caras que pagam de badass e salvam o dia, é imenso. 

Mas traz uma mulher pra fazer a mesma coisa... O inferno até congela.

A terceira frustração é relacionada as outras duas: o ódio. As pessoas realmente perdem a chance de curtir certas experiências por besteira. Eu lembro disso com Ghost in the Shell, que levou um malho violento da crítica, e só porque "a crítica disse," muita gente não quis ver o filme.

Eu vi Ghost in the Shell e me diverti um monte. Mas eu fui a maria-vai-com-as-outras e não vi Jack Reacher: Sem Retorno, sendo que eu adoro o primeiro filme, e o arrependimento é real.


As alegrias
Agora sim. Vamos tietar! Falar do que me alegra em Atomic Blonde é fácil.

O principal eu descobri recente, numa entrevista onde a Charlize Theron fala sobre ser um projeto que ela gastou cinco anos produzindo, até chegar ao ponto certo. E eu sei bem como é isso: dedicar tanto tempo a um projeto que você põe 200% de fé, mesmo com tanta gente pra jogar balde de água fria. Então só por isso já amei o filme.

A outra alegria é óbvia e dividida em duas partes:

1- Charlize Theron. Nenhum ser humano com olhos, e bom senso na cabeça (10% já tá bom), pode negar a beleza completa da mulher - Físico, atuação, magnetismo pessoal. Se você torceu pela Ravenna nos filmes "do caçador," eu nem preciso dizer mais. 

2- Sofia Boutella. Sabe o arrependimento de não ter visto Jack Reacher: Sem Retorno no cinema? Fiz a mesma burrice com A Múmia, mesmo tendo todo interesse no filme, a Sofia sendo o maior motivo, por ser uma atriz em ascendência, elegante, magnética, num papel bem interessante. Ter sido bailarina da Madonna foi um plus, claro.

Não tem nada mais legal que se apaixonar pelas mulheres. Passou da hora de matar essa lógica que a gente só ama quem quer levar pra cama. Bom seria que toda mulher se apaixonasse por outra, se inspirasse no seu trabalho, na sua vida, se tornasse um ser humano melhor por causa disso. Acabaria até a palhaçada de que mulher só pode ser rival uma da outra. Sororidade!

A terceira alegria: o filme junta várias coisas que eu gosto. Ótimas sequências de ação, boa trilha sonora, espionagem, uma fotografia bem bonita, e uma moça (ainda mais bonita) protagonista. A história nem precisa ser tão plausível assim. Eu amo Missão Impossível, cujos filmes tem as histórias mais absurdas. E 24 Horas, minha série favorita? Jack Bauer passa o dia inteiro sem ir ao banheiro.

Eu nem vinha me ligando muito nisso (na real, nem tinha percebido), mas o filme se passa nos anos 80. E se tem uma década com música excelente, é a de 80. Não tem como não achar essa contradição sensacional:



As expectativas
Eu realmente quero ver Atomic Blonde, mesmo com esse spoiler me assombrando. Uma vez que se descobre "o que," fica a dúvida do "como," e o efeito disso na história geral. E as expectativas? São boas.

A primeira e maior expectativa é ver um filme que não seja aguado, afinal, é classificação R. Então tomara que venha algo porradeiro, cheio dos palavrões e sem rodeios. Não preciso da babá da censura me dizendo o que é bom pra mim ou não, eu acho que já tenho idade pra decidir isso. Fora que: esse tipo de filme me deixa viva. Algo que provoque, faça pensar, feito a experiência fantástica de ver Logan.

Eu curto desligar o cérebro pra ver um filme ou série, mas no geral, eu adoro quando me desafiam do jeito bom. Tipo Legion, sabe? Um negócio que deixe você inquieto.

E por fim, a segunda expectativa é de que o filme seja um sucesso. Qual a definição de sucesso? Todo mundo cisma que é só dinheiro, mas não é. O que eu penso: que o filme arrecade o bastante pra pagar as contas, ter lucro, e atingir o máximo de pessoas, da melhor forma possível. É uma coisa a se ver, pois Atomic Blonde é um projeto de mãe famosa, mas ao mesmo tempo não é um MCU da vida. Quero ver como as pessoas vão lidar com isso.

O negócio é aproveitar cada filme pelo que ele é, e não pelo que ele poderia ter sido. Então sim: que venham Lorraine & cia no dia 31 de agosto.

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