Review: Amorphis - Halo (2022)

Fevereiro foi um chute nas costelas, mas o mês reservou dois bons momentos. Um foi no dia 25, com o lançamento do Rock Believer do Scorpions - uma história que valeu outro review. Antes, no dia 11, o Amorphis lançou o 14º álbum de estúdio, Halo. Fazia um bom tempo que eu não ouvia a banda, e os finlandeses me puxaram de volta pela curiosidade por uma experiência que foi realmente boa.

O que chamou a minha atenção foi a promessa de um álbum bastante progressivo. Eu comprei a ideia, pois gosto mais de coisas progs - acho que é coisa da meia idade. Tô mais interessada em melodias "quebradas", misturas inusitadas, etc e tal. O que eu posso dizer sobre isso? Não me arrependi: Halo não tem vergonha de ser progressivo, enquanto não perde de vista o coração do Amorphis, que é o death metal melódico.

Isso criou uma bela junção das duas vertentes do rok/metal. Então o álbum tem uma atmosfera folk, de uma grande narrativa sendo contada, com estruturas bem trabalhadas e guitarras bem presentes. O baixo e a bateria dão aquela camada de ritmo gostosa. E se isso já é bom, ainda vem a melhor parte.

O que distingue o Amorphis de outras bandas do metal é o seu tema: o Kalevala, o épico finlandês que fala de toda uma mitologia fora do que a gente acostumou com a Marvel. É o que me deixou encantada pela banda, pois eu adoro conhecer mitologias de outros países. Com o Amorphis a Finlândia ganhou uma voz rica e criativa para falar sobre o seu folclore.

Vale a pena ouvir Halo?

Muito. Ouvir Halo é como ser transportado para dentro de um bom livro de história, em especial sobre o Tuonela, o submundo da mitologia finlandesa, e os mitos da Estônia. (As principais inspirações do álbum) É um som ao mesmo tempo milenar, moderno e coeso.

É gratificante reparar cada seção acústica, a dinâmica das vozes do Joutsen, as seções intermediárias das músicas, os refrões que grudam na sua cabeça. É uma riqueza, não excesso de detalhes que deixa o trabalho bem interessante. Tire um momento pra ouvir esse álbum do começo ao fim pelo menos uma vez. E depois me agradeça.

Solte o play no álbum completo