Kiefer Sutherland lançou no dia 21 de janeiro o terceiro álbum solo, Bloor Street. Sim, eu estou falando do mesmo Kiefer que fez o Jack Bauer em 24 Horas. Já há algum tempo que o ator investiu na carreira musical, o que eu sabia, mas nunca tinha parado pra ouvir. Em 2022 finalmente eu parei de passar essa vergonha no débito, ouvi o novo álbum e olha... Que resultado interessante.
Uma misturinha gostosa de ouvir
Bloor Street é um álbum curto, com 37 minutos de duração. Isso poderia ser um ponto ruim, mas na real é o que faz ele funcionar tão bem: esse detalhe torna a 'digestão' das músicas boa, e dá vontade de ouvir o álbum mais de uma vez seguida. Outro ponto a favor também é um pouco polêmico: ele não apresenta nada muito mirabolante.
Tem gente que acha absurdo um álbum ser linear e sem papagaiada. Mas se funciona, qual é o problema? E nesse caso, funciona direitinho. O mesmo vale para a performance do Kiefer: ele é afinado, agradável de ouvir, sem muita firula. Ele canta do jeito que as melodias pedem, e as melodias tem o jeito exato pro vocal dele. Então tá valendo.
Agora, falando um pouco mais de termos técnicos, Bloor Street é pega rock, R&B e bate no liquidificador com uma boa dose de Americana. Sim! Americana é um gênero. Ou melhor, é uma mistura de gêneros típicos dos EUA, como country, blues e jazz. A ideia também é popular no Canadá -e o Kiefer é canadense- tanto que por lá o pessoal chama de Canadiana, obviamente.
No "problema", a solução
Bloor Street pode ser (e foi) acusado por causa da sua simplicidade, vista como falta de criatividade. Eu, entretanto, vejo no problema a solução. É uma simplicidade cativante, com uma leveza bem-vinda. Ao dar play no álbum, o Kiefer te leva por um passeio pela rua onde ele conseguiu o primeiro emprego, deu o primeiro beijo, tomou a primeira surra. Essa ideia aparece nas letras, e se reflete muito bem nas músicas.
Vale a pena ouvir Bloor Street?
Muito. Depois da Taylor Swift, o Kiefer foi a única pessoa que me fez aguentar mais de 15 minutos de música country sem ficar maluca. (Não é exatamente o meu gênero mais favorito) Bloor Street pega você, que vive correndo por causa dos problemas, e chama pra sentar, tomar uma água e bater um papo.
Esse papo tem um pouco de tudo: nostalgia, amor, cometer erros e viver felicidades. Eu sou super fã de álbuns conceituais, mas olha. Já faz um tempo que eu ando apaixonada por isso, os álbuns que falam da vida normal e contam histórias de gente normal. Bloor Street faz exatamente isso, e que alegria miserável. Boa música e uma pessoa contando histórias são duas das coisas que eu mais gosto.
Ouça o álbum completo
Faixas favoritas: Going Down, County Jail Gate e Lean Into Me
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