Retrô de novembro: o que sobrou da gente continua na luta



Quando novembro terminou, eu tinha a certeza de qual tema escrever sobre. E o fato da Retrô mais uma vez ter atrasado, apenas confirmou a ironia. Então hoje a gente vai falar sobre um negócio que marcou o mês passado: paciência. Meu tema favorito, porque eu sou conhecida pela falta de paciência, e o tanto que eu tenho precisado exercitar ela na vida, em especial nestes cinco anos de site. Tem sido de longe a maior das lições que eu tô aprendendo nessa vida de jornalismo independente.

Novembro foi aquilo: um mix de meu Deus do céu 2021 não acaba com graças a Deus 2021 tá começando a acabar. Como a pandemia jogou a gente de cabeça na internet, a sobrecarga de sentimentos e informações tem sido gigantesca. Na semana passada eu senti até o burnout acenando pra mim de novo, mas deu pra contornar.

É muita coisa né? Tanta notícia ruim, má vontade de quem devia ajudar, e o eucentrismo das pessoas. A única solução acaba sendo não se envolver em certas situações, pra economizar um pouco da paciência e da sanidade. Pelo menos a gente tenta.

A maior paciência que você vai precisar ter na vida é consigo mesmo. A sua mente vai te empurrar pra fazer e pensar coisas que nem sempre são saudáveis, então é a paciência que vai te segurar. Ela vai dizer que tudo bem ter um dia/fase ruim, que você não devia fazer tal coisa. É um exercício diário.

Oh sim, e tem a paciência que você precisa exercitar quando trabalha com jornalismo. Lembrar que cada um tem o seu jeito de fazer as coisas, que o progresso do outro não é o seu, e tá tudo bem por isso. Esses cinco anos me ensinaram um exercício de egoísmo gostoso, de entender que o nosso caminho é nosso. Não se compara ao de ninguém, e vice-versa.

Mas eu vou te falar, aproveitando esse gancho, que a ironia maior é esgotar a paciência por gostar do que se faz. É que a gente tenta criar situações que são benéficas pra todo mundo, esquecendo que o serumano é chato. "Eu quero crescer, então faz sentido que eu vire o nariz pra toda e qualquer iniciativa que me ajude nisso", é o que a gente mais viu esse ano.

Eu sou tão impaciente quanto amiga, se você conquista a minha amizade. Então esgota, cansa. Faz a gente pensar no que realmente vale a pena investir o tempo, ou em quem. Inteligência emocional pra sobreviver que você acaba sendo forçado a aprender.

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