SPOILERS do Ato 2 de Arcane a seguir
Chegamos ao Ato 2 de Arcane, e a série de League of Legends continua brincando com os nossos sentimentos. Na primeira ela estabeleceu as primeiras dinâmicas e brigas entre Piltover e Subferia. Agora demos um salto temporal e caímos de cabeça nas tretas dentro das tretas, sejam elas entre o lado alto e baixo, Piltovenses com Piltovenses, e do povo de Subferia entre ele mesmo. Tem ainda motivos para eu odiar alguém do universo LoL tanto quanto a Kayle*.
(*E vai por mim, é bastante coisa)
Não é Rio de Janeiro, mas continua lindo
Arcane tem uma das animações mais bonitas que eu já vi. Na real não é Borderlands meets Bioschock Infinite como eu tinha dito no review do Ato 1, é mais pra Borderlands meets Homem-Aranha: no Aranhaverso. Não sei explicar porque eu amei esse traço, só sei dizer que ele é lindo demais - principalmente quando são cenas com cores em neon.
O departamento de música continua subindo a qualidade que já começou alta. A trilha sonora de Arcane é muito intensa, e as músicas entram nos momentos certinhos pra amplificar os sentimentos de drama, tristeza, tensão, etc. Encerrar o Ato 2 com Guns For Hire do Woodkid foi de uma beleza triste difícil de acertar. É tudo muito diferente do que eu esperaria do "padrão Netflix".
Entenda Jinx, a gente te ama
A transformação da Powder em Jinx tem sido uma das melhores coisas da série. Quando criança ela já gostava de inventar gadgets, mas faltava um clique pra acertar. Com o salto temporal a gente não tem ideia do que aconteceu, mas ela cria as próprias armas, e mostra que é muito mais inteligente do que a gente imaginaria.
Sua instabilidade mental está ainda mais presente, porque claro, essa é a essência da Jinx. A personagem é imprevisível para todo mundo, até pra ela mesma. Não é uma loucura romantizada, sabe? Muita gente tinha medo da Riot fazer isso, e eu entendo. É só dor, aflição e remorso. Você só quer proteger ela. Isso permite explorar várias curvas na história que tornam a Jinx uma personagem muito rica, cativante e sinceramente, impossível de odiar.
Hmmmm
Um destaque na jornada da Jinx é a relação com o Silco. Sem o Vender, ele assumiu o papel de figura paterna, e num momento bem difícil pra ela, fazendo o apego ser ainda maior. Com certeza o Silco deve ter ensinado uma ou duas coisas, mas o que ele fez foi confiar nela.
Imagina todo mundo dizendo que você é um peso. Daí aparece um cara dizendo que confia na sua capacidade? Que sabe como é ser abandonado? Isso pesa no emocional. A cena onde o Silco leva a Jinx para o lago (rio?) é de uma simbologia enorme. Primeiro, foi ali onde ele e o Vender brigaram. Segundo, é o "batismo" que mata a Powder e fazer ela renascer como Jinx.
Piltover = meh
Óbvio que a politicagem e a corrupção de Piltover são males necessários pra fazerem a trama avançar. Mas... meh, Piltovense nem é gente. A Mel é legal, tem proporcionado umas viradas no roteiro, mas peguei birra depois da interação com o Jayce. (Que por sinal tá se esforçando pra ser um filho da put* que eu tenho o prazer de odiar) O que me faz duvidar se a classificação de Arcane realmente é 14 anos? (heh)
Pelo menos isso abre brecha pra eu parabenizar a Riot. É, quem diria: esse dia veio. Eu sinceramente achei que Arcane seria o family friendly chato que tira o potencial de algo mais porradeiro. Fico feliz de ter me enganado: tem violência, sangue e temas bem adultos. O que faz sentido, afinal é uma história de luta de classes.
E lá vamos nós de novo
O melhor sempre fica pro final, né? Então sim, é agora que a gente fala da vai gadear a Caitlyn e da Vi.
A Vi conheceu o lado ruim da vida desde cedo, lutou pra sobreviver, não corre da briga pelo que acha certo. A Cait teve mais sorte na infância, mas é a esquisita dentro do próprio ambiente. Seu senso de justiça é autêntico, sem influência da politicagem. Ela quer fazer algo além de ser um enfeite da Família Tradicional Piltovense.
Apenas por isso, já são duas personagens apaixonantes. Quando você junta as duas, Arcane fica melhor ainda. É uma dinâmica onde cada uma é forte no que a outra não é, física, social e emocionalmente. Isso faz elas se completarem muito bem. Sabe de quem elas me fizeram lembrar? Xena e Gabrielle. (Então é, elas combinam até nesse sentido aí que você pensou)
Explorar Piltover e Zaun (Subferia enfim foi chamada pelo nome oficial) pelas interações das duas, das perspectivas de vida diferentes... Me dê uma série de 80 capítulos apenas sobre isso e eu vou maratonar.
E aí?
O Ato 2 deu uma intensificada na tensão entre Piltover e Subferia, que vai explodir no Ato 3. Tivemos um show de cenas muito boas, tipo a Vi descendo pra Subferia fazendo parkour. Ou o Imagine Dragons aparecendo do nada! A Jinx trabalhando na pesquisa do Jayce foi uma sequência muito divertida, faltou tocar Avril Lavigne pra ficar ainda melhor
Agora vamos falar do onde você estiver acenda, e eu vou achar você. Parece que todo Ato arranja um jeito de ter uma sequência delicada e emocionante, e essa foi a do Ato 2. A escolha musical. O fato da Jinx ter guardado o sinalizador que a Vi deu quando ela ainda era criança. Ela acender o sinalizado e aparecerem os fantasmas dos amigos mortos. O reencontro dela com a Vi. Até o Silco dando rage. Tô cada vez mais impressionada.
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