Crítica: o Ato 3 de Arcane foi uma tortura emocional incrível


Com um pouco de atraso, mas não ausente. Mês difícil... Mas não dava pra gente passar sem falar sobre esse excelente encerramento da primeira temporada de Arcane.

SPOILERS do Ato 3 de Arcane a seguir

Arcane terminou do exato jeito que começou: uma jornada incrível com as origens de alguns campeões do League of Legends. Conhecemos as famosas regiões de Piltover e Subferia - que ainda não havia se transformado em Zaun. Com uma história repleta de idas e vindas, vimos lances bem realistas do que é a luta de classes. E uma equipe de produção que graças a Deus não fechou os olhos para realidade.

Esse conteúdo precisava ser intenso. Não sei se fui a única -acredito que não- mas eu tinha um medo honesto da Riot fazer a Marvel Studios e enfiar piadinhas e censuras até o talo... Não foi o caso. O Ato 3 teve mortes chocantes, até. Tivemos até sugar mommy. Taí uma coisa que eu não pensei que viveria pra ver nessa série.

O Ato 3 mostrou a escalada dos conflitos dentro da Subferia, onde os barões da química estavam putos com o Silco e a "moleza" dele em lutar pelos interesses da Subferia. Lá em cima, Piltover se estapeava pra "fazer o certo, mas sem deixar de roer o osso". No meio disso tudo tivemos a primeira menção a Noxus! Algo positivamente inesperado.

Um rodízio visual (risos)


Tivemos novas sequências absolutamente dramáticas, e visualmente lindas. Logo de cara, o episódio nos apresentou aos fogolumes numa batida "Robin Hood moderno que ouve Eminem e curte grafite". Foi outra boa surpresa, pois mesmo sendo Arcane, não era um início de episódio pelo qual eu esperava.

A luta do Ekko com a Jinx na ponte me deixou sem palavras. E pra conseguir isso tem que ser um negócio realmente impressionante. A alternância dos estilos foi linda, e a justaposição entre os dois na infância brincando, e adultos lutando pra matar, foi de uma carga emocional imensa. Uma cena que não vai sair da minha cabeça tão cedo.

Agora, a cena que me fez rir foi a luta da Vi com a Sevika. Motivo? A sacada do time de produção foi de uma inteligência gigante. Se você reparar, criaram uma atmosfera de duelo de velho oeste, onde até a trilha sonora acertou (de novo). A Vi gritando de raiva no meio da luta é uma coisa doída por demais, você sente no coração.

É drama que você quer?


Arcane revelou que o Ekko é o líder dos fogolumes. Não foi a maior surpresa do mundo, porque muita gente já previa isso. (Foi até meio óbvio) Agora os motivos e os detalhes dele ter se tornado líder dessa resistência, isso sim pegou de novo no coração.

Como resultado da briga com o Ekko, a Jinx fica gravemente ferida. Ela é "salva" pelo Singed, mas ao preço de ter cintila injetada no corpo. E como a série mostrou os efeitos que a cintila causa no corpo das pessoas, o certificado de insanidade da Jinx foi assinado de vez. Foi muito bom ver uma animação onde um protagonista não é protegido pelo protagonismo. (Você quer, Dragon Ball Z?)

Piltover continua um saco, mas é um mal necessário pra fazer a narrativa rodar. Do lado alto quem se salva no Ato 3 é o Viktor mesmo. As reviravolta dos experimentos com a Hextec renderam cenas marcantes, principalmente dele correndo nas docas. Foi bem simbólico. Não vimos a gloriosa evolução pela qual ele é conhecido, mas com certeza ela ainda vem aí.

(Heimer e Caitlyn não entram na conta, pois eles são o que me impedem de querer que a Jinx coloque fogo em 100% da cidade, heh)

E o que dizer do Silco? Foi um fdp de carisma enorme do começo ao fim, sendo perigoso e imprevisível como um bom antagonista pede. A relação com a Jinx fez ele entender muitas coisas que o Vender dizia, o que foi curioso de um jeito triste. Mesmo no fim ele deu à Jinx o que muita gente negou: validação. (Apesar da manipulação envolvida)

Talvez tenha um texto só sobre isso


Mas fica registrado aqui no review: eu tô apaixonada pela forma que o roteiro construiu a Vi e a Cait, e a relação entre as duas. Elas se completam de um jeito lindo, mostrando força e vulnerabilidade onde a outra tem/não tem. Explorar o lado social de Arcane pelo olhar delas foi muito bom, rico, humano. 

Se eu pudesse escolher, por ser aromântica, podiam tirar todo romance de todas as obras de ficção que eu não sentiria falta. Entretanto, o início da relação das duas é algo que eu quero muito ver. Claro que todo mundo sempre espera um beijo, mas vendo uns tweets eu cheguei à conclusão de que Arcane deu algo ainda melhor.

Ganhamos uma relação cercada de delicadeza e um carinho honesto. Ver a Cait sendo a patricinha corajosa, e a Vi sendo a cabeça quente soft, é um carinho no meu coração pessoal e criativo.

E aí?


Arcane é uma das melhores coisas feitas pela Netflix. A produção é impecável, e o roteiro não poupou o emocional de ninguém. Aquele final... O que fizeram com a Jinx, a personagem na qual eles tornaram ela foi realmente incrível.

O fato da segunda temporada estar confirmada me anima pra ver bastante coisa! A primeira aparição do Warwick, um possível Blitzcrank, Dr. Mundo dublado em português. Já pensou? Mundo falar em português? Se isso acontecer, vai ser fenomenal, ha.

Ficou aqui até agora? Valeu! Aproveite para ler o review do Ato 1 e o review do Ato 2.

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