Retrô de julho: foi mais um mês que testou a saúde mental


Um som pra gente curtir: Versailles - Faith & Decision

Mais uma vez a Retrô atrasou. Ironicamente, um dos motivos é exatamente o tema da ideia que eu quero trocar com você:

Saúde mental.

A Retrô em si é chata de elaborar por causa do tanto de links que eu preciso puxar. Só em julho foram 53 destaques, e eu fechei os olhos para outros tantos links. O texto de julho, em especial, atrasou por um motivo bom: eu tomei a primeira dose da minha vacina pra Covid! Por causa da ansiedade eu não dormi bem, e voltei da rua cansaço nível figurante de The Walking Dead. Comi um negócio e apaguei pelo resto do dia.

E quem diria? Tô viva. Chupa, anti-vacinas.

Mas o motivo principal, o que vem atrasando as últimas Retrôs, é a minha saúda mental. Ela anda patinando muito há anos, mas ainda durante essa pandemia. Em julho eu tive problemas bem específicos, e reações que eu não sentia há algum tempo - crises de pânico e pensamentos intrusivos, principalmente.

Agosto é o mês que a maluca aqui faz aniversário, então achei que seria um tema bem simbólico pra abordar. Daí a Simone Biles falou de saúde mental nas Olimpíadas. Bati o martelo e pensei: a hora é agora.


Não é brincadeira

Seu cérebro tá dentro da cachola. Logo ele é parte do corpo, e a saúde mental também é do corpo. Infelizmente isso ainda é taxado de mimimi, frescura e desculpa. Quando a ginasta desistiu de competir por saúda mental, o tanto de merd* que eu li não cabe no mangá. Na rede social todo mundo é muito macho, até mulher. E rede social é o último lugar pra você ficar se quiser salvar a sua saúde mental.

Esse preconceito impede as pessoas de se abrirem, buscar tratamento, e muitas vezes leva até ao suicídio. A pessoa se sente humilhada, e um fardo quando quer desabafar com alguém. Eu sei pela experiência. Muita gente procura ajuda, mas muita gente não consegue. 


Enfiaram a empatia lá

Bruna, como eu posso ajudar uma pessoa com problema mental/emocional? Primeiro de tudo, é incentivando a procurar ajuda médica. Muitas vezes a pessoa quer se tratar, mas sente vergonha. A segunda ajuda de ouro é conversar. Não é dando mil conselhos do tipo "por que você está deprimido? Nem parece!" Isso só faz uma pessoa doente querer se encolher mais, e falar menos sobre como ela se sente. Vai por mim, eu sei.

Converse sem julgamentos, só escute o desabafo da pessoa. Faça ela se acalmar, dê palavras de ânimo honestas, faça uma piada de quinta série. Não resolve o problema, mas ameniza o abalo. A pessoa sente que por mais que ela esteja enfrentando um caminhão de coisa, ela tem pelo menos uma pessoa com quem contar.


Não seja um Djokovic

O tenista Novak Djokovic também falou sobre o tema, mas de um jeito negacionista clássico. Pra ele isso é "pressão, com a qual ele aprendeu a lidar". Discurso tosco. Quem fala de saúde mental é visto como freco, parado e frouxo, quando é o contrário. Muitas vezes a pessoa aguentou demais, e só então acabou se esgotando. Quantos Djokovics você já não viu nesse dia-a-dia?


O papel do Armadura Nerd

Por sofrer de ansiedade com crises de pânico, e fases de depressão, eu sou muito atenta com o conteúdo do site. O mundo está ruim? Pra caramba. Mas ainda tem motivo pra continuar acreditando. O problema é que se eu não te disser, talvez você não vai saber. E isso mexe um caminhão com a saúde mental.

Por isso eu trabalho todo dia para o site ser não um site, mas uma boa experiência. Que ela informe, divirta. Às vezes vai ser triste, raivosa e polêmica, mas é do nosso jeito. Você não precisa da gente pra saber que o mundo tá uma merd*. Você precisa da gente pra saber que apesar disso, as popices e nerdices ainda são demais.


Bora lá clicar e ver os destaques de julho?

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