Os meus dilemas de trabalhar com comunicação (que a Lois Lane entenderia)


Episódio 2.

O segundo episódio da coluna devia ter sido publicado em março, mas o mês foi cheio de trabalho e contratempos. Pior ainda: o mês virou no meio da semana. Eu odeio quando isso acontece. Então só voltamos agora, por isso eu vou ter que apresentar a ideia toda de novo. Resumido.

No primeiro texto eu expliquei o que seria/é o projeto Ansiedades: um bate papo sobre o mundo de uma pessoa ansiosa - o meu, nesse caso. É uma luta diária, cansativa e estressante. Mas dividindo um pouco disso com você, a gente se entende e a vida fica mais leve. A conversa de hoje é mais ou menos sobre o que eu tinha planejado para março: meus dilemas com a comunicação.


Um amor real

Eu adoro me comunicar escrevendo, e aqui no Armadura Nerd mesmo as notícias são uma forma de fazer isso. Todo mês eu faço um planejamento detalhado, e tenho a minha linha de raciocínio do que dizer e quando: o dia do review, da lista, da Retrô, quais assuntos fazer cobertura. Mas são os textos de opinião que me deixam mais ansiosa. 

A liberdade de falar é fantástica, mas vem com uma reponsabilidade enorme. 


A maior conversa furada do jornalismo

Existem bons profissionais no jornalismo da cultura pop. Nem vou falar fora disso, porque o processo vem. Mas existe um mito que mesmo o jornalismo de popices e nerdices repete, e eu detesto:

Imparcialidade.

Isso NÃO existe.

Sempre vai ter um site puxando as pautas mais para um lado que o outro. Um que defende console P em relação ao X, ou gosta de incentivar a briga Marvel vs DC. Nem eu sou imparcial. Mas eu me esforço em ser honesta: se eu decido falar de uma coisa, eu vou falar. Comigo a notícia é notícia, a opinião é opinião. Cada um no seu quadrado.


Uma diferença importante

Certa vez eu vi um tweet que virou minha filosofia: da notícia eu quero informação, opinião eu tenho a minha. E o que mais tem é texto intrometido disfarçado de notícia. Eu sei que tem o jornalismo literário, mas é outra história. Esse tipo de texto eu não me interesso em ler, menos ainda de fazer: muito disso é porque eu já fiz, e me irrita lembrar. Mas foi bom passar por essa fase, aí eu aprendi as coisas do jeito certo. 


Todo dia uma ansiedade diferente

Tudo tem hora, momento e lugar. É uma das bases no Armadura Nerd, exatamente pelo tanto que eu e o Renan já vimos vacilos dos nossos amigos especializados.

A audiência do site não está nos bilhões, mas já saiu dos três dígitos há faz tempo. E mesmo quando ainda estava em dois dígitos, o meu senso de responsabilidade existia. Minha meta é fazer o tipo de conteúdo que eu gostaria de consumir. 


E assim nós vamos

Faculdade jornalismo ensina coisas importantes como a pirâmide invertida, mas não ensina a ter caráter. Tem um filão de jornalista que fecha o olho pra isso. E ok, nem a faculdade de publicidade ensina. Mas eu não vou negar que os 4 anos de FACHA moldaram o meu caráter como o jornalismo não iria conseguir. Eu sei disso. 

A publicidade me fez gostar ainda mais de me conectar com as pessoas, e conectar as pessoas usando a comunicação. Meus amigos de publicidade falavam que eu devia mudar pra jornalismo, e isso me deixava apavorada. No dia da minha colação de grau eu descobri que o nosso juramento fala exatamente sobre isso. Aí eu confirmei 100% que tinha acertado uma vez na vida. Stonks.

Se a comunicação não existisse como carreira, eu realmente não sei o que seria da minha vida. Mas uma cosia eu sei: se é para ser associada com gente hipócrita e elitista, ainda prefiro que seja o pessoal da publicidade.

Postar um comentário

0 Comentários