Pokémon Day: histórias, memórias e felicidades de ser fã da franquia


Episódio 1: Voltamos! Com um mundo novo de aventuras e ansiedades

Em 2020 nós iniciamos no site a série Nos Bastidores da Ansiedade. Tal como o nome diz, a coluna foi o espaço que eu criei para falar sobre esse meu problema, e como as nerdices e popices ajudam a lidar com isso. Os primeiros textos foram muito bem recebidos, e eu agradeço demais. Só que a vida me fez interromper o projeto, porque eu perdi minha energia de me dedicar a ele. Mas eu nunca desisti da ideia.

(Ah! Os textos antigos irão migrar para tag nova)

Tanto não desisti que estamos de volta. O empurrão final para não desistir do projeto foi esse vídeo do Poladoful. Quer saber o que é a cabeça de uma pessoa ansiosa? Assista. Depois eu vi o vídeo onde ele explica a razão de fazer o primeiro. Crise de pânico é um diabo conhecido, infelizmente.

Os vídeos do Polado fizeram insistir de vez em querer me conectar com você desse jeito. Pânico, ansiedade, depressão, a cultura pop fala muito desses temas, mas nada como a experiência de quem vive no olho do furacão. Porque eu vivo. Esse é o começo das Ansiedades, e hoje a gente vai aproveitar uma data mega especial, e falar sobre Pokémon.


Um mundo velho de aventuras


Pokémon Red e Green foram lançados no dia 27 de fevereiro de 1996, uma data que hoje a gente conhece como Pokémon Day. Minha relação com a franquia é interessante: das três que foram base para a minha infância (com Dragon Ball Z e Saint Seiya), é a única da qual eu ainda gosto. Saint Seiya ainda se segura na nostalgia e nos memes.

Eu fui uma das crianças fãs de Pokémon de família evangélica, que teve a infelicidade dos país ouvirem o Hitmonlee e o Hitmonchan sendo chamados de demônio do soco e do chute. Desse dia em diante se eu fosse pega assistindo o desenho do diabo, ouvia um sermão enorme. Ainda mais que eles não sabem a história do Porygon, heh.


A tradução de Pokémon


Pokémon pra mim é diversão, paz e sentimento, três coisas que uma pessoa com ansiedade tem uma carência enorme. Mesmo com tantas mudanças e problemas, eu ainda gosto do anime. Mesmo assistindo um episódio totalmente aleatório, vem logo um sorriso no rosto. A alegria é maior ainda ao lembrar os clássicos, como a conversa do Pikachu com o Caterpie. É maravilhoso:


Obviamente que Pokémon me emociona demais. É uma das raras, se não a única franquia, que é batata de conseguir me emocionar em todas as fases da minha vida. Eu amo isso, a emoção torna a experiência mais completa. Se você não chorar ou pelo menos marejar com a história do Victini no filme, pelo amor de Arceus.


O papel dos jogos na minha ansiedade


Jogar Pokémon até hoje me enche de alegria, pois eu entro nesse universo onde a única obrigação é me divertir. Posso passar 15 minutos rodando no mesmo arbusto, e não vai aparecer um NPC dizendo que eu devia fazer concurso público porque dá estabilidade financeira.

E tem aquelas bobeiras que deixam a jogatina ainda mais engraçada. Teve uma época da minha vida que eu gostava de colocar nos meus Pokémon nomes de personagens de séries policiais. Tipo Jack Bauer - e eu tô falando sério, não é meme. Também adoro as histórias e mitologias, sendo que as de Hoenn são as minhas favoritas. Eu amo a história de como surgiu a cidade de Sootopolis, por exemplo.


Culpada. Crime: se divertir


Eu nunca terminei um jogo de Pokémon. Nunca fiz muita questão, sabe por que? Porque eu me perco nas missões, nos mapas, capturando pokémon no safari. Nunca tive aquele sentimento de sair do ponto A para o B, zerar o jogo e acabou. Pokémon pra mim sempre foi sobre a experiência de se aventurar.

Por isso tantos anos depois eu ainda amo Pokémon. É uma franquia cheia de altos e baixos, mas os altos pesam pra mim mais que tudo. É uma franquia que me acompanha a vida toda, e consegue me deixar menos inquieta. Isso é raro pra gente que é ansioso. Eu consigo desligar o cérebro de tantos sentimentos ruins, e respirar. E pensar se eu só vou capturar Pokémon fêmeas, para colocar nome das minhas atrizes favoritas.


A única regra é ser feliz


Eu defendo com unhas e dentes o seu direito de ser feliz consumindo nerdices e popices. Com Pokémon eu vejo muita gente reclamando muita coisa. Respeito o direito, mesmo achando burro. É porque como eu disse, a minha experiência com a franquia é fora da curva. Não tem fórmula da Smogon, etc e tal.

A ansiedade é um monstro feito de gatilhos acumulados: uma coisa te irrita daqui, deprime dali, agita de cá, e quando você vê, tá se sentindo uma bomba relógio. Seu emocional vai pro espaço e leva a saúde com ele. A vida fica mais cansativa e nada empolga. Por isso eu tento um carinho tão grande por Pokémon: por me oferecer essa chance de lembrar que sim, tá permitido ser feliz e se divertir. Ainda não é crime.

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