Rodrigo Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil - Crédito: Divulgação IDC Brasil
A reação durou pouco. Depois de um primeiro trimestre com alta de 4,1%, o mercado de impressoras voltou a cair. De abril a junho foram vendidas 386.194 impressoras, queda de 41,2% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 41,4% em relação aos três primeiros meses de 2020. Os dados são do estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q22020, realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.
Segundo Rodrigo Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil, a queda já era esperada, mas não tão acentuada. "A projeção era que o mercado de impressão cairia dois dígitos no segundo trimestre mas, sem dúvida, mais de 40% de queda é um índice importante, reflexo da alta do dólar e dos fortes impactos diretos e indiretos causados pela crise do coronavírus, como o isolamento social, especialmente sobre lojas físicas, que são canais muito relevantes para o segmento de varejo".
Já no segmento corporativo, o analista da IDC Brasil explica que a migração para o home-office reduziu dramaticamente o número de colaboradores nos escritórios, assim como o volume mensal de impressão nas empresas e as vendas de equipamentos para esse segmento, tanto no setor privado quanto público.
Do total de unidades vendidas no 2º trimestre de 2020, 321.694 foram impressoras com tanque de tinta, 63.831 foram a laser e 669 foram impressoras matriciais. A menor queda (30,6% ano a ano e 42,3% em relação ao 1º trimestre) foi entre os modelos tanque de tinta, comprovando a preferência que já vem sendo observada por essa categoria, tanto por microempresas (de 1-9 funcionários) como por pequenas empresas (de 10-99 funcionários) e no varejo.
"É a tecnologia que hoje oferece um custo-benefício competitivo, especialmente porque o volume de impressão e o número de pessoas compartilhando a mesma impressora vem diminuindo cada vez mais. O preço pode até ser mais alto, mas a médio e longo prazo o investimento inicial é compensando pelo suprimento, que tem maior rendimento", explica o analista da IDC.
As vendas no setor corporativo representaram 33% do mercado de impressoras no segundo trimestre de 2020, com 126.758 unidades. No varejo, as vendas representaram 67%, com 259.436 impressoras.
Ainda segundo o estudo da IDC Brasil, as impressoras tanque de tinta custaram, em média, US$ 231,34, e as máquinas a laser US$ 552,86, respectivamente, 4% e 21% a mais do que nos três primeiros meses do ano. A receita do 2 º tri foi de US$ 96.3 milhões.
Expectativas
A projeção da IDC Brasil para o mercado de impressão no terceiro trimestre é de lenta recuperação. No setor corporativo, o fôlego deverá vir do retorno das atividades nos escritórios e da abertura do comércio e também de projetos que foram postergados ou congelados no primeiro semestre do ano e voltam à pauta das empresas públicas e privadas. No varejo, após um início de ano aquecido com demandas de volta às aulas e home office, a expectativa para o restante de 2020 é de desafios e leve retomada no último trimestre. Para 2020, estima-se retração de 16,2%.
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