Céline Dion cantando em francês é a receita anti-ansiedade


Eu fiquei bastante ansiosa sobre o que escrever no segundo "episódio" da nova coluna. Ironia. Não é que eu não tenha me planejado. É que nada parecia fazer jus a seja lá qual fosse a minha ideia. Em todo caso, voltamos! Se você perdeu o episódio anterior de "Nos bastidores da ansiedade", corre aqui, dá uma lida para entender a ideia, depois volta nesse texto. Hoje a conversa tá ainda melhor.

Hoje (e sempre) é o dia delas


Dia internacional da mulher, 8 de março. O dia de falar sobre mulher, ansiedade e música, três temas que andam bastante lado a lado. Eu, especificamente, quero falar (de novo) sobre uma das mulheres da minha vida: Céline Dion. Se você é da casa, já viu eu dizer um milhão de elogios à cantora em outros textos. Nesse, entretanto, eu vou fazer algo que não lembro de ter feito: falar sobre a carreira em francês da Céline.

Mais exatamente, a gente vai conversar sobre o álbum 'Encore un soir', de 2016. Porque eu não curtia a parte francesa da cantora, mas isso começou a mudar com o 'Sans attendre' (2012). Depois veio o ótimo álbum ao vivo 'Céline une seule fois' (2013). Aí dizem que a terceira vez é a mágica, né? E com o 'Encore un soir' eu descobri: Céline Dion cantando em francês é a receita anti-ansiedade.

O Papa é pop? Céline é mais

Aquele momento onde a Pessoa que Vos Fala™ chora sem vergonhamente

'Encore un soir' é a definição de pop. Ou adult contemporary, o termo chique do qual a Céline é considerada Rainha. Justo. Alguém que se mantém no topo da música por décadas, com qualidade, e sem a arrogância de muitas "estrelas"... Não merece menos que isso.

O que esse álbum me provoca? Paz. E isso é de um valor enorme para quem tem ansiedade. Eu dizia que só tinha paz na hora de dormir, mas teve um tempo que nem isso era possível. Atualmente eu tô no mais ou menos. Existem outros álbuns os quais eu ouço em dias de ansiedade extrema, crise de raiva ou quase depressão...

... O 'Encore un soir', entretanto, é o que me impede de ir para o lado destrutivo da vida, faxinando as vibes ruins. Quando eu ouço ele, abre-se um universo paralelo onde a ansiedade não existe. Sem falar que: ele já foi a trilha sonora de tantas madrugadas atualizando o site. Até de alguns dias de jogo no Trove. São 12 faixas melodiosas, com a dose certa de alegria e dramalhão romântico. Eu tenho alguns álbuns obrigatórios de ouvir do começo ao fim, e esse é um deles. 

Um triste contexto inspirador

A explicação para o conceito da faixa título? É, também me fez chorar

Durante o processo de gravação do 'Encore un soir', o marido da Céline faleceu. E se você perguntar se eu acredito em casais de contos de fadas, a resposta é n ã o. Exceto por dois casos: o John Krasinski e a Emily Blunt, a Céline e o Renée Angélil. Então foi um baque imenso quando isso aconteceu. Ele era uma parte importante dela como pessoa e artista, e qualquer um percebia.

O Renée se foi, mas deixou a sua influência no álbum. Ele e a Céline visualizaram outra colaboração com Jean-Jacques Goldman, que produziu o 'Encore' e a faixa título. E o que era bonito, fica mega emocionante: traduzindo, 'Encore un soir' quer dizer "Mais uma Noite". Quando a música saiu como single, ela foi dedicada ao Renée.

O reconhecimento


A recepção ao álbum foi bastante positiva. 'Encore in soir' recebeu indicações ao NRJ Music Award, Swiss Music Award, Juno Awards, e o Félix Awards. Ele foi indicado ainda à álbum do ano pela RTL. Do Félix Awards a Céline levou os prêmios de Adult Contemporary Album of the Year e Best Selling Album of the Year.

Nas tabelas, 'Encore un soir' foi o primeiro álbum em francês da cantora a estrear nas paradas da Billboard. Ele recebeu disco de diamante na França, duas vezes platina no Canadá, platina na Suíça e Bélgica. 

As melhores faixas?


A resposta simples: todas (HA). A complicada: 'Plus qu'ailleurs' é curiosa. Às vezes eu espera que a abertura de um álbum tenha pegada, mas a Céline preferiu construir uma melodia meio acústica, tranquia e aconchegante. É um abraço em forma de música, e uma excelente abertura.

'L'étoile', ou 'A Estrela, é mais animada, mas sem exagerar e quebrar a aura do álbum. E empata com 'Le Miracle' no quesito Músicas em Francês da Céline que São Animadas e Mágicas™. É o som que te deixa com sorriso no rosto, batendo pé no ritmo da melodia. Faz um carinho no coração e parece que a vida não é esse diabo todo que a gente vê.

'Ma faille' é um dramalhão 'Unbreak My Heart'-esco que eu adoro, provando que a música pode ser curta e ser carregada de sentimento. Por fim, 'Tu sauras' é o pop padrão de boa qualidade, gostoso de ouvir, com refrão mega cativante. Uma música também curta, mas não menos efetiva. Digo o mesmo da faixa título.

Por que importa?


Minhas ideias para o segundo episódio da coluna foram ruins. As de especial para o dia internacional da mulher, mais ainda. É ótimo elogiar a luta feminina, e criticar os problemas. Tudo isso é válido.

O detalhe é, que: a luta, o brilho e as glórias da mulher não se resumem a 8 de março. A gente ri, se emociona, vence, chora, sofre assédio e vira estatística de assassinato e agressão todo dia. Mas tem um monte de gente que paga de falso moralismo nesse dia, posta um texto ou faz vídeo bem pseudo em prol da causa, pra ganhar umas migalhas em formas de likes, comentários e RTs.

Eu não queria olhar o "ser mulher" negativamente, até porque eu nem vejo assim. Mulher é a melhor coisa do mundo, e quem discorda boa gente não é. Também não quis cair no clichê de elogiar o que todo mundo elogia, porque totalmente era o que iria acontecer. E você sabe: eu adoro clichês, mas tem hora que não rola.

E voilà! Assim surgiu essa ideia pessoal, positiva e musical de fazer a nossa homenagem ao dia. Eu espero que você tenha curtido a leitura. De verdade. Solte o play e conheça essa maravilha musical:


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