Review: Parasita (2019)

O filme do ano, o filme mais comentado, o filme que rompeu a barreira da legenda na Academia e fez finalmente as pessoas deixarem um preconceito bem besta de lado e "descobrir" que existem filmes muito bom em outros idiomas. O cinema sul-coreano tem uma pegada peculiar e as reviravoltas são uma marca forte em seus filmes, além de abusarem de uma empatia natural com seus personagens em tela. "Parasita" reúne isso e muito mais.



Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado, mas uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos.

Parasitagem

Parasita começa de uma forma muito peculiar onde já somos apresentados a família pobre e começamos a conhecer cada membro, a vida na casa subterrânea que se assemelha a realidade de muitas casas normais como caçar uma área com wi-fi livre na casa, obviamente dos vizinhos ou estabelecimentos locais.

A família praticamente toda desempregada vive com bicos e alguns atos ligeiros, afinal, juntos cada um reúne um dom que pode melhorar a vida deles e isso acontece quando a filha, Park So-Dam (Jessica), realiza um alto trabalho de falsificação para reforçar a indicação do seu irmão para a tutoria de inglês da filha da Sra. Park, Da-hye.

Com "Kevin" na casa pouco a pouco vemos a família bolando plano que cada um comece a realizar trabalho para a família rica dos Park. A jornada deles para se infiltrar na casa é muito bem fluida com a evolução da trama e após todos estarem inseridos começamos os pontos sociais do filme.

O pequeno filho dos Park em determinado momento indica que tanto pai, filho e filha possuem o mesmo cheiro estranho, e até aquele momento a família não sabe que todos seus funcionários novos, são na verdade, uma família inteira infiltrada na casa.

Muitos causos começam aos poucos até que desse ponto em diante a família pobre começa a sofrer com os plot do filme. Aparentemente Parasita não segue a formula padrão de primeiro, segundo e terceiro ato pois ou temos atos muito longos, temos menos atos ou até mesmo quatro atos.

A história flui, faz reviravolta e parece que nada aconteceu. Quer dizer, você vivencia a tensão criada.

Contrastes das famílias

Muitos momentos entregam sobre as diferenças e como cada família aborda sobre um tema, e principalmente, como a família pobre é mais esperta, enquanto a rica, demonstra muita ingenuidade com as coisas da vida.

A forma como os Taek se infiltram na casa dos Park já demonstra muito bem isso. Provavelmente a cena que mais cause a reflexão seja a cena da chuva e como cada família se comporta nesse momento e as reflexões após o ocorrido.


Pode passar muito despercebido algumas linguagens visuais do filme para reforçar os lados, diferenças e que classe pertence os personagens. Repare no trailer acima por exemplo, quando começamos a ver o destino das famílias se cruzarem. Os mais ricos geralmente estão com roupas claras, enquanto os pobres, com roupas escuras.

A governanta a principio por ser algo entre os dois, afinal ela ganha bem mais nada indica se ela é rica ou classe média/média baixa, veste em geral tons de cinza (lembre-se, cultura asiática trabalha com preto, branco e tons de cinzas em muitas referências utilizadas, não apenas espiritual).

O filme surpreende por mais que aparente inicialmente seguir um roteiro linear os plots surpreendem e fazem com que a gente fique sem noção de quais rumos serão estabelecidos ali em diante, um clássico do cinema nacional deles.

Parasita mostra que muitas vezes as diferenças que acreditamos existir entre os países estão mais na nossa cabeça do que na realidade. Filme mais do que recomendado.

Postar um comentário

0 Comentários