Review: Halsey - Manic (2020)


Hoje tem review do Manic, novo álbum da Halsey. Pronto, falei. Tem um tempo que eu planejei essa novidade, juntando a minha vontade de falar um pouco mais sobre música, e ouvir esses nomes que o povo vive falando atualmente. Manic foi uma aposta aleatória, eu não tinha ideia do que esperar. E o resultado? Foi ótimo, mas um ótimo acima de qualquer sentimento positivo que eu poderia ter tido.

Manic mistura alguns estilos bem diferentes entre si: pop, hip-hop, country, até aquele rockzão meio Evanescence ou My Chemical Romance. As letras são introspectivas, narcisistas, mostrando uma mulher que não tem medo de expor a sua humanidade. Agora, a coisa mais fantástica de Manic é o quão honesto ele é. E eu vou repetir essa palavra mais vezes no texto, pois se você acha que a música boa morreu... Ela está bem aqui.

Tentando escolher as favoritas

"You Should Be Sad"

Músicas sobre relacionamentos fracassados quase sempre são um drama horroroso. Felizmente aqui a Halsey vai na contramão, aposta no country mais animado e cria uma vibe oposta entre o que se diz e como se diz. É um bom recurso, que cria duas partes diferentes e complementares. Some a isso a honestidade brutal, onde ela não rodeia ao dizer que tem zero arrependimento de largar o cara que ela largou. Do tema "homens são idiotas", é a melhor música que eu ouço desde IDGAF, da Dua Lipa, e Sorry, da Madonna.

"3am"

Essa é a Hora do Diabo™, e eu posso provar. Nos últimos dois anos, as piores crises de ansiedade que eu tive foram de madrugada. A Halsey explora exatamente isso nessa música, expondo algo que eu também sei de ter vivido: às vezes quer qualquer contato, mesmo que digital, pra não ter que ficar sentada com as próprias ideias. "3am" aposta no rock alternativo, bem executado e gosto de ouvir.

"Still Learning"

Eu realmente não esperava topar com um motivacional nesse álbum. Ele não só existe como é bom por demais. Mesmo. Aqui a Halsey mergulha num som mais dançante, joga fora sua fama e manda avisar: ela é humana, insegura com a autoestima e amor próprio como todo mundo. Imagina o alívio que dá ao artista poder colocar uma música dessas pra fora? Faz a gente se aproximar mais dele(a) e ver que tá todo num buraco emocional relativamente parecido

Menções honrosas

Manic tem muita coisa boa, eu ficaria o dia inteiro falando dele. Eu ainda quero, entretanto, destacar dois dos interlúdios. "Alanis' Interlude" volta ao country, celebra o empoderamento feminino e sexual de um jeito bem atraente. A Halsey é bissexual, e fica óbvio na letra. Melhor ainda: tem o feat com a Alanis Morissette.

Outra das várias surpresas que eu tive, foi "SUGA's interlude". Sim, o cara do BTS. Eu não odeio, mas não amo k-pop, então fiquei meio hmmm antes de ouvir a música pela primeira vez. E ela é boa demais. A participação do SUGA deu o ar trágico que a letra pede: e se um dia um cantor acorda, e descobre que perdeu o amor pela música?

Vale ouvir Manic?

Vale, e muito. A Halsey tem um jeito de P!nk, que eu adoro, mas o timbre é diferente. As letras são ridículas de honestas, ela não importa em se expor que é humana. É uma vertente diferente do pop que fez a gente idolatrar os artistas. Os gêneros não são inéditos, claro, você já ouviu tudo isso em outro lugar. A questão, é: a cantora dá um upgrade neles, melhorando o que já é bom. Pode soltar o play sem medo que o negócio é bom.

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