SPOILERS do episódio 4 de The Witcher, "Of Banquets, Bastards and Burials", a seguir
A Netflix não economizou na hora de criar mitologias e trazer o universo de The Witcher para vida real. Grande parte do conhecimento da série é inspirado nas mitologias polonesa e eslava, mas uma tradição desse universo muda a vida de Geralt para sempre: a Lei da Surpresa. É um conceito que é ao mesmo tempo baseado no folclore, e no cânone de The Witcher. Saiba mais sobre esse detalhe que é um verdadeiro plot twist na vida do Carniceiro de Blaviken.
O que realmente é a Lei da Surpresa?
O episódio revela que, apesar do banquete para escolher o marido de sua filha Pavetta, a Rainha Calanthe já arranjou um pretendente nos bastidores. Tudo muda, entretanto, quando um cavaleiro de nome Duny aparece, e reivindica a mão da princesa com base na Lei da Surpresa. Motivo? Ele explica que um dia conheceu o Rei Roegner, marido de Calanthe, e que o salvou da morte. O Rei deixou o cavaleiro pedir algo em troca, e Duny escolheu a Lei da Surpresa como pagamento.
Aí você deve ter pensado: a Lei da Surpresa na história medieval, ocidental etc? Não exatamente. Existem variações, presentes em contos e no folclore eslavo, e até mesmo no Velho Testamento. No mundo de The Witcher é uma grande tradição, honrada num evento onde alguém deve estar disposto à oferecer qualquer coisa como agradecimento.
A pessoa que invoca a Lei da Surpresa pode, nas palavras da série, reivindicar "o que você possui, mas ainda não sabe". E isso pode ser tanto uma colheita, quanto uma criança que ainda não nasceu.
Calanthe manda os soldados matarem Duny, e o caos acontece. Quando a poeira abaixa, ele explica que a Lei da Surpresa é tão antiga quanto a humanidade, e que Pavetta não era o "pagamento" que ele tinha em mente. The Witcher não revela qual era a idade de Duny quando ele salvou Roegner, ou do que ele salvou. Duny diz que tudo mudou quando um dia à meia-noite, Pavetta viu seu rosto humano e os dois se apaixonaram.
A "Criança da Surpresa" em The Witcher
Os livros de The Witcher dão um contexto à mais sobre a Lei da Surpresa. Eles sugerem que, a fim de conseguirem novos bruxos, os bruxos ocasionalmente utilizavam a Lei da Surpresa. Ou pelo menos era assim que funcionava o recrutamento, antes da habilidade de criar novos membros ser roubada - como Geralt explica na série. Afinal, essa não é a guilda mais popular do Continente.
Seja por engano, ou pedindo ao destino que amaldiçoe ou abençoe como achar melhor, uma criança não nascida é chamada de "Criança Surpresa". Não é uma situação mesquinha, vale dizer. No caso de Geralt e Ciri, The Witcher deixa claro que ele deve guiar a garota, ou ser o responsável pelo que ela faz com seus poderes.
É um grande plot twist, que acontece quando Geralt defende Duny. Quando Duny pergunta o que o bruxo quer em troca, ele faz o mesmo que Duny fez com Roegner, porém mais por humor do que por interesse. Momentos depois o episódio revela o erro de Geralt: a filha de Pavetta, Ciri, será o seu "pagamento". Você pode até dizer que ela é o "destino" dele.
A diferença com os livros
A forma como The Witcher adapta a cena da Lei da Surpresa é um pouco diferente dos livros. Mesmo sendo quase toda fiel ao material de origem, quando Geralt invoca a Lei da Surpresa, ele sabe que Pavetta está grávida. Isso lhe dá o direito a guarda do bebê, mas por nascer mulher, Ciri não pode ser treinada como bruxa. Entretanto, os dois já foram "amarrados" pelo destino.
Isso também não é tão mesquinho, pois Geralt reivindicaria Ciri sem saber pela Lei da Surpresa pela segunda vez. No contexto dos livros, essa coincidência confirma que o destino pretende que Ciri se torne efetivamente filha adotiva de Geralt.
A primeira temporada de The Witcher já está disponível na Netflix
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