Coringa: diretor diz que violência foi retratada de "forma muito responsável"


Nesta quinta-feira (3) Coringa finalmente chega aos cinemas do Brasil, mas não sem ter sido alvo de polêmicas, relacionadas à violência retatada no filme. O diretor Todd Phillips destacou que apesar da natureza macabra e da realidade horrível que elas refletem, as cenas violentas são abordadas de forma muito responsável. Elogiado nos festivais por onde passou, Coringa causou preocupação nos críticos em como a violência do filme poderia impactar o público.
Phillips compartilhou com o público após a exibição de Coringa no New York Film Festival:

Não é bom colocar implicações do mundo real na violência? Não é uma coisa boa tirar o elemento cartunizado da violência ao qual nos tornamos tão imunes? Por isso eu fiquei um pouco surpreso quando [a discussão] tomou essa direção, que [o retrato da violência] parece irresponsável. Para mim, ele é realmente muito responsável em fazer com que pareça real.

A violência como tema está na cultura pop há séculos, com pouca evidência que filmes, séries, livros ou jogos violentos tenham inspirado casos de violência real. O que faz de Coringa uma preocupação, entretanto, é o que Phillips considera um ponto forte. Enquanto filmes como Deadpool são violentos de forma mais cartunizada, o filme com Joaquin Phoenix segue uma abordagem mais realista.

Some a isso um problema real: em 2012 um atirador matou 12 pessoas numa sessão de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge nos EUA, que ficou conhecida como massacre de Auroraa. Relatos não confirmados dizem que o atirador referia a si mesmo como "Coringa". Uma vez que nos últimos anos, em especial 2019, a violência no EUA está cada vez maior, é possível entender porque Coringa causou um inevitável desconforto.

Sobre o que esperar do filme, Phillips deu a sua opinião:

É um filme complicado, e eu já disse antes que acho que tudo bem ser complicado. Eu não imaginava o nível de conversa que ele alcançou no mundo, honestamente. Eu acho interessante, e que está tudo bem se isso acende conversas e há debates em torno do filme. O filme é a afirmação, e é ótimo falar sobre isso, mas é muito mais útil se você o viu.

Assim, Phillips levanta outra questão importante: a crítica sem assistir. Por mais que o desconforto seja compreensível, é um fenômeno cada vez mais frequente no entretenimento que pessoas, muitas vezes até a imprensa, critiquem algo que não viram direito. Uma vez que Coringa não é um filme para menores, parte do público está livre de ser exposta a um conteúdo inadequado para idade. Cabe conscientizar ao público alvo da importância de assistir antes de tirar conclusões, tal como pontuado pelo diretor.

Coringa já está nos cinemas do Brasil. O filme estreia nos EUA nesta sexta-feira (4)

Via CB

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