Review: A Bruxa de Blair (Xbox One)

Um game que vinha despercebido e, ao enganar alguns, prendeu a atenção da galera e iniciou a contagem regressiva até o lançamento do game. O que parecia ser uma sequência de Alan Wake, na verdade, era uma visita ao folclore do famoso filme A Bruxa de Blair. Preparados para encanar o ex-policial Ellis nessa busca na floresta?


O resgate na floresta

Todo o charme, medo, história e tudo o mais que você espera, ou não, de Bruxa de Blair vem dos acontecimentos principais serem retratados em uma floresta. Não há nada mais natural e normal na vida do que você, feliz com sua rotina de gente normal para e pensa:

 "É isso, vou pra uma floresta estranha ajudar as pessoas capacitadas que não estão conseguindo fazer fazer essa busca direto. Confia no pai que da floresta o menino sai."

E lá vamos nós no papel do ex-policial Ellis encontrar o xerife e seus homens que estão realizando as buscas pelo garoto desaparecido, Peter Shannon, na floresta de Black Hills. Nossas armas para a investigação são uma lanterna de foco reduzido, uma câmera de mão padrão de 1996 (o ano em que se passa a história do game) e o simpático Bullet.


Bullet aliás se torna uma das grandes estrelas e protagonista do game. O cachorro será responsável por achar objetos no mato, indicar caminhos e em combate, aponta a direção dos inimigos invisíveis. Será muito comum você passar a se preocupar mais com a segurança do Bullet do que resgatar o menino ou mesmo saber se Ellis termina vivo essa história.

Existe um botão dedicado para interação com o Bullet onde podemos dar ordem, chama-lo, repreendê-lo, fazer carinho. Trate bem do bichinho pois como você se comporta com ele influencia no game.

Parece bruxaria mas é... pera

Tem e é possível jogar o jogo da cobrinha nele
Quando a noite cai é o momento que tudo muda e o desespero começa. A floresta é muito escura, não chega a ser, digamos, um ensaio de cegueira (mas terá momentos assim pro seus desespero) e a lanterna começa como melhor amiga. A câmera também pode ser utilizada para enxergar melhor na escuridão com seu modo de visão noturna.

A câmera também possuí um papel fundamental para você evoluir no jogo. Acredite, é muito fácil no inicio você passar horas dando volta em círculos sem ver um rumo para avançar a história. Ao longo do game encontraremos dois tipos de mini fitas VHS, a azul e a vermelha.

Quando vemos a gravação azul, ela apenas nos conta uma história do que aconteceu; quando assistimos a vermelha ela tem poder de agir na realidade e alterar a mesma. Vamos dizer que ela combina as joias do tempo e da realidade. Dominar esse uso é a chave para avançar no game.

Por exemplo, uma das gravações mostra que um caminho foi obstruído com a queda de uma árvore, mas, se você rebobinar o vídeo pro momento em que a árvore não havia caído, feche a câmera e veja a bruxaria acontecer. O mesmo se aplica para "encontrar" objetos que possam ajudar na investigação.

A Bruxa de Alan Wake?

Senhor eu sei que etás comigo. Repreende Senhor.
Um dos pontos que fazem, e deram essa sensação antes de sabermos o verdadeiro game do anuncio na E3, é o estilo da Bruxa de Blair tem ares que remetem a experiência vivida no clássico Alan Wake. Se lá tínhamos escuridão e o texto de Alan ganhando vida, aqui temos a escuridão e os vídeos alternando a vida.

Enquanto no jogo da Remedy nós temos uma investigação vivendo de spoilers, afinal Alan sabe o que acontecerá pois ele escreveu tudo, mesmo tendo choque de ver as coisas se tornarem real, enquanto na flores de Black Hills a falta de informações e a visão em primeira pessoa dão um ar perturbador.

DVD A Bruxa de Blair

No inicio você sente vontade de chutar tudo pro ar e deixar essa ideia louca de jogar a Bruxa de Blair de lado, contudo, conforme vai avançando e vendo a bruxaria acontecer, a tensão domina e a apreensão do que pode acontecer começa a dominar e nos prender no game.

Os elementos de filmes de terror estão no game, contudo, mais do que serem narrativas que levem ao "jump scare" (o momento de dar Aquele susto) o game trabalha muito de mexer o psicológico. Você vai ficar pensando com frequência "vai dar merda, certeza que vai aparecer algo e HAAAA!!".

Obviamente algum momento terá o clichê pois é preciso, afinal, um jogo de terror sem dar uns sustos seria um jogo de tudo, menos terror.

Parecia inofensiva mas te dominou

Diante de tudo isso voltamos o ponto do Bullet. Ter a companhia do cachorro dá um ponto de vida para não pirar demais. E não se engane achando que ter uma companhia tira o impacto dos momentos de tensão e sustos, pelo contrário, esse cachorro é utilizado muito bem na narrativa e gameplay do game.


A Bruxa de Blair pode escapar dos olhos daqueles que só querem games Triple A quando falamos de exclusivos, e isso é uma pena. O game traz uma experiência bem interessante e garante a diversão (oi?) e o prazer (o que?) enquanto avançamos e temos, claro, a satisfação de terminar essa história.

Se eu acredito em bruxas? Elas não são reais mas que elas existem, elas existem sim.

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