Antes de seguirmos com o especial, eu preciso explicar porque ele parou. No começo da semana saiu a primeira parte da análise sobre a passagem da Marvel Studios na San Diego Comic-Con. Ela teve que ser pausada, pois me aconteceu um sério problema pessoal. Mas nada tema! O pior já passou, e a vida está voltando para os trilhos. Então podemos retomar a prosa e falar sobre Doutor Estranho: no Multiverso da Loucura.
Uma feliz surpresa
Se existe um personagem com licença poética para ser bizarro, é o Doutor Estranho |
Se um filme do MCU não tiver uma personagem feminina realmente interessante, ele já perde metade do meu interesse. Por isso não fiz questão de assistir Doutor Estranho no cinema, apesar de já saber o básico da história e achar bem interessante. Um belo dia, entretanto, tive a chance de ver na TV, vi e gostei muito. A combinação de Stephen Strange com Benedict Cumberbatch é como dizer que amor está para beijinho, e Buchecha para Claudinho.
Doutor Estranho é um ótimo filme que aposta numa das coisas que eu mais gosto: bizarrices.
Uma ideia boa demais para ser verdade
Doutor Estranho 2 é um tipo de crossover ousado, algo que só a Marvel teria coragem de fazer |
Doutor Estranho 2 me surpreendeu, coisa que a Marvel Studios não consegue todo dia. O motivo foi certeiro: ser anunciado como primeiro filme de terror do MCU. Guarde essa informação, pois vamos precisar. A história pode tão sombria quanto qualquer outra já vista, ainda mais pela presença do vilão Pesadelo.
Pesadelo não é uma entidade demoníaca que consegue capturar a forma astral de uma pessoa durante o sono, e levar para o seu reino. Daí ele tortura como bem entender. Strange já enfrentou o vilão no livro Doutor Estranho - Sina dos Sonhos, o que não parece esquisito de dizer.
O novo filme do Feiticeiro Supremo por si só, parece bom demais. O "pior"? Ele melhora: Elizabeth Olsen, a Feiticeira Escarlate, foi confirmada no elenco. Faz sentido considerando seus poderes, que são enormes, não tão dominados. Faz sentido, pois o filme será um crossover com WandaVision - a série dela e do Visão no Disney+. É outro nível de #ItsAllConnected.
O que me empolga
A ideia de projeção astral é uma das coisas mais legais de Doutor Estranho |
Filmes das nerdices são divertidos, até emocionam, mas são pobres em estrutura. Não sempre, mas numa boa parte do tempo. Repare: grande parte dessas produções segue o gênero de ação e aventura. Felizmente alguns fogem da curva, como Capitão América 2 com elementos de suspense de espião, ao estilo Missão: Impossível. Logan é um western fantástico, você até esquece que é um filme de X-Men.
A ideia de um filme "de herói" flertar com elementos de terror me empolga horrores. Eu lembro bem do quanto surtei com o primeiro filme de Novos Mutantes, aquele que não viu a luz do dia e cedeu a vaga para o fiasco Fênix Negra. O trailer era bizarro, esquisito, sujo. Eu adoro coisas provocantes.
Mais contexto
Doutor Estranho 2 poderia ser a porta de entrada do Shuma-Gorath, essa coisa pouco esquisita |
Doutor Estranho é perfeito para essa pegada. Mesmo sendo um feiticeiro, suas histórias dividiriam as prateleiras com IT, de Stephen King, do que O Senhor dos Aneis, de JRR Tolkien. HP Lovecraft, um dos mestres do terror, já virou referência na cosmologia da Marvel Comics. Shuma-Gorath, aquela coisa rosa e esquisita de Marvel vs Capcom? É um vilão que o Estranho já enfrentou, e foi inspirado nos livros do Lovercraft.
O que me "preocupa"
Doutor Estranho 2 não precisa ser explícito para ser um filme de terror... Mas ajudaria a provocar |
Todo esse potencial não deve ser explorado como eu penso - e muita gente pensa. Falar em "terror" invoca filmes do James Wan ou Jordan Peele, mas a Marvel não é famosa pela ousadia de gênero. O estúdio é sim, famoso pela ousadia de ideias. Então eu não aposto que o filme siga a ideia literal do terror, nada explícito. Ainda assim, eu não duvido de que seja um filme com elementos de terror, mas acima de tudo: que seja da Marvel.
Afinal, a Marvel Studios não tem motivos para ser tão ousada. Ela pode ser acomodada. Foi criada a fórmula do sucesso, ela deu certo, rende dinheiro, para que diabos mexer? Os filmes são da Disney, antes de percenterem à Marvel Studios. Eles conseguem sim, abordar temas sérios, mas tudo dentro de uma embalagem higienizada, family friendly e nem tão provocante assim.
Mas vai que o Kevin Feige me surpreende na Fase 4, e me faça calar a boca. Inclusive, quero.
O que me chamou a atenção
Franklin Richards: filho do casal Fantástico pode manipular a realidade... Então nada por aqui é mera concidência |
Sabe-se quase nada sobre Doutor Estranho 2, mas a inclusão do termo "multiverso" deixou os fãs em estado de atenção - e histeria. A coisa de diferentes realidades apareceu em Vingadores: Ultimato, e Homem-Aranha: Longe de Casa brincou com a ideia. O MCU ficou ainda mais cósmico com os Skrulls por perto.
Mesmo para o Doutor Estranho, o multiverso não é uma coisa estranha. Strange viaja pelos universos como quem pega um uber voltando da balada. Como a Fase 4 não terá filme dos Vingadores, é para se pensar: Doutor Estranho 2 vai fazer o serviço de conectar pontas soltas, resolver questões e criar outras? Vai criar o caminho para chegada dos X-Men e do Quarteto Fantástico?
Esses 14 milhões de possibilidades assusta. Qualquer coisa pode acontecer. Pode ser tudo isso. Pode ser a introdução da Dinastia M. Ou pode ser nada disso. E a Marvel Studios, ciente de ter pescado a atenção dos fãs, muito certamente irá brincar com os nossos palpites até revelar qual é a real de Doutor Estranho: no Multiverso da Loucura.
Isso se ela revelar.
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