Doctor Who: 5 curiosidades deixadas pelo episódio 'Demons of the Punjab'


O mais recente episódio de Doctor Who foi uma aventura que deixou os fãs falando. Depois de mostrar o Movimento dos Direitos Civis nos EUA, no último domingo (11) a Doutora & cia foram para Índia, e viram momentos importantes da história asiática. Não foi um mergulho na história, mas o episódio deixou referências, dúvidas sobre a série, e curiosidades em geral.

Confira a seguir um top 5 delas.




1) O que aconteceu na Partição da Índia?


A Partição da Índia foi um dos momentos mais importantes na história do Sudeste Asiático. Por um lado, existe a sensação de ter sido consequência de duas Guerras Mundiais. Índia tinha melhorado em grande escala desde a Primeira Guerra Mundial, sendo uma das fundadoras da Liga das Nações. Sua população tinha o ressentimento de ter sido levada para a Segunda Guerra Mundial sem consulta.

Por outro lado, as guerras deixaram a Grã-Bretanha falida, e o governo britânico reconheceu que não tinha como manter um império enorme. A violência aumentou, e em agosto de 1946, o Dia de Ação Direta deixou 4 mil mortos e 100 mil desabrigados. Como "Demons of the Punjab" cita, o Lorde Louis Mountbatten foi enviado para a Índia para acabar com a Índia Britânica.

A Partição foi a solução dele.

Mountbatten pressionou por uma solução rápida onde a Índia fosse dividida em dois países, segndo as religiões do povo. A Índia era de maioria hindu, o Paquistão era de maioria muçulmana. As novas fronteiras foram aprovadas em 17 de agosto de 1947.

Entretanto, Grã-Bretanha ignorou que as pessoas amavam suas terras e comunidades. O resultado? Ainda mais violência. "Demons of the Punjab" apenas pincela o nível de caos que haveria: tumultos, mortes de multidões, migração em massa como nunca se viu antes. A estimativa é de que 200 mil a dois milhões morreram após a Partição, com até 100 mil mulheres estupradas ou sequestradas.

2) Quem são os Thijarians?


O episódio introduziu uma nova raça alienígena. Os Thijarians tem visual Cthulhu-esco, e a Doutora os descreve como uma das Raças Antigas. Já os Thijarians referem a si mesmos de um jeito que deixa claro: são viajantes do tempo. Mas se esses aliens já foram assassinos letais, a tragédia deu a eles um novo objetivo. 

Com a perda do seu mundo natal, os Thijarians aprenderam o preço da guerra. Agora eles navegam pelo tempo testemunhando as mortes que a história vai esquecer, honrando aqueles que se vão. A ideia apareceu numa hora muito bem pensada, pois no último domingo (11) foi comemorado no Reino Unido o Dia do Armistício

A data celebra o fim simbólico da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918. No dia, Aliados e o Império Alemão assinaram um tratado dando fim às hostilidades na Frente Ocidental. O contexto fica mais curioso: após um breve  flashback, a série estabelece que os Thijarians estiveram nos campos da Segunda Guerra Mundial, fazendo vigília.

Para aliens com cara de demônios, é um serviço bem angelical.

Mas uma pergunta ficou. O que aconteceu com o planeta deles? As duas teorias se destacam, e as duas são ligadas aos Senhores do tempo:

1) Gallifrey cobiçava o poder da viagem no tempo e, que nos seus tempos antigos era uma poder militar. É altamente possível que os Senhores do Tempo podem ter cometido genocídio a fim de manter sua supremacia cósmica.

2) Ou então, o planeta natal dos Thijarian foi destruído na Guerra do Tempo. Mundos inteiros foram apagados durante o conflito - estabelecido na temporada 1 quando o Doutor encontra os Gelth em "The Unquiet Dead". Os Thijarians poderiam ter sido um das vítimas.

3) As leis do tempo em Doctor Who


Durante mais de 50 anos, Doctor Who fez vários testes com diferentes modelos de leis do tempo. Em "Demons of the Punjab," a Doutora sugere que a história pode ser mudada - e que, vagando pela Índia em 1947, há um risco muito real de que ela e seus companheiros apaguem Yasmin do tempo.

É o mesmo modelo de mecânica temporal sugerido em "Rosa", onde o vilão acreditava que ele podia fazer um ajuste sutil na história, e impedir que todo Movimento dos Direitos Civis acontecesse na América. Doctor Who tem sido bastante inconsistente na abordagem da pseudociência de viagem no tempo. Mas ainda assim é bacana ver a temporada 11 ter esse grau inesperado de consistência.

4) A TARDIS tem uma nova habilidade?


"Demons of the Punjab" começa com a Doutora usando a TARDIS de uma maneira nova. Ela oferece a nave um artefato histórico -o relógio quebrado- e declara alegremente que a TARDIS será capaz de se concentrar nas "partículas temporo-espaciais fragmentadas" dele. A TARDIS é bem sucedida, levando a todos para antes de um evento importante envolvendo o relógio.

Isso é algo que a Doutora não havia feito antes, e abre brecha para altas ideias. Imagine: a Doutora está lutando com um grupo de ataque alienígena de outro planeta. Basta ela conseguir uma amostra da tecnologia deles, e entregar para TARDIS. Depois é rastreá-los de volta ao seu planeja natal.

4) O limites de conhecimento da Doutora


Fechando a lista, falemos de uma cena. Nela, a Doutora descreve os Thijarians como os assassinos letais "no universo conhecido". Ignore o fato dela ter subestimado a capacidade da raça se adaptar, e concentre-se nisso: o comentário é muito específico. E eu explico o motivo disso.

O comentário sugere que existe um limite para o conhecimento que a Doutora tem do universo, seja qual ele for. Fica no ar que existem partes do tempo e espaço as quais ela não explorou anteriormente, e que talvez nem os Senhores do Tempo soubessem da existência. Isso levanta possibilidades em potencial do universo ser ainda mais rico do que Doctor Who mostrou em todos esses anos.

Lista traduzida e adaptada do Screen Rant

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