Quando você pensa em franquia de cinema, a primeira que vem em mente é o MCU. A segunda? Pode ser X-Men, James Bond, Exterminador do Futuro, Velozes e Furiosos ou qualquer outra que me escapou. Já a minha primeira-segunda opção (e eu diria que primeira-primeira) não poderia ser outra - Missão: Impossível.
Essa é uma das melhores franquias, se não a melhor, que não é relacionada à Casa das Ideias. E que não tenta copiar elementos do MCU, algo que o Dark Universe tentou, o DCEU insistiu... E deu no que todo mundo sabe. (Embora A Múmia seja bem melhor do que falam) Mas nada desse juju ruim parece ter afetado Missão Impossível, que está na pista há 22 anos e vai para o sexto filme.
Como você explica essa vitalidade? Eu sei que hoje vamos tentar fazer isso de um jeito bacana:
Falando de administração.
No Comentando mais recente eu misturei um monte de temas - cinema, publicidade, política, chatice - e o texto foi super bem recebido. E isso me deixou mega feliz! Plus, deu o empolgando necessário para falar sobre 4 fundamentos da administração que explicam o sucesso de Ethan Hunt & cia.
Então sente-se, solte uma música e vamos lá. Não sei se vou dividir o texto em dois, mas já alerto ser algo que talvez aconteça. Ou talvez não. E devem rolar uns vídeos para apoiar o texto.
Pessoas
Um filme é arte? Sim. Ele também é o produto de uma empresa, e toda empresa é feita de pessoas. Como você lidera, motiva e inspira os envolvidos causa um grande (pra não dizer, p*ta) impacto no sucesso. Liderança e comunicação são chaves para ser um bom líder e criar uma companhia forte.
Isso se reflete em Missão: Impossível do jeito mais básico: Tom Cruise. Em toda entrevista com o elenco de todo filme que ele participe, o discurso é igual: como o ator motiva a equipe de produção e o elenco a dar o seu melhor. Uma filosofia famosa dele é de evitar efeitos especiais, pois "o público sabe quando a cena é real ou não".
Bancar isso exige muita energia, e Tom Cruise sempre usa ela. Seja no preparo físico intenso ou em deixar 100% claro o que ele quer fazer. Mesmo sendo o maior absurdo da história, quem pode negar alguma coisa a quem vive de se superar? Como uma pessoa quebra o tornozelo e sem ele melhorar direito, já volta a saltar por aí?
Não é de MI, mas essa entrevista de A Múmia tem declarações que traduzem 100% disso. Vou citar uma das frases "mais administrativas":
"Ele enche você com entusiasmo infantil, onde você sente: 'Eu quero fazer o filme que Tom vê'"
E é isso, acima de tudo, que manteve e mantém a vitalidade de Missão: Impossível como franquia.
Operações
Eu e você sentamos para um filme sem ter 10% do trabalho nos bastidores. Seja para produzir ou lançar um longa, existe uma bronca de processos envolvidos. Atrasar o lançamento pode ser mortal, pois se você tiver certo filme rival como concorrente, lascou. Se não souber lidar com problemas, fere a reputação. Liga da Justiça? A noção de planejamento, produtividade e qualidade é uma das coisas que torna Missão: Impossível sensacional.
Quando Tom Cruise quebrou o tornozelo, as filmagens de Fallout foram interrompidas. Nesse meio tempo eu lembro de ler o diretor Christopher McQuarrie dizer que aproveitou para fazer edições. O povo todo se esforçou para cumprir a data de lançamento.
Produtividade e qualidade? Por ser a estrela e um dos produtores, Tom Cruise sempre se assegura de que tudo esteja do jeito certo, seguro, e da sincronia entre ele e o elenco. O resultado são filmes que ao passar dos anos melhoraram mais e mais, sem nunca terem tido um remake ou reboot. Tá vendo só, X-Men?
Para comprovar a preocupação com as operações, segue a entrevista do Simon Pegg. Abaixo fica no destaque uma frase chave pro nosso tópico:
"A verdade é que ele é incrivelmente rigoroso quando se trata de segurança. Sua equipe é um esquadrão de profissionais, e ele é incrivelmente consciente da segurança, querendo que tudo esteja absolutamente certo antes que qualquer cena ser feita não apenas para protegê-lo, mas para proteger a todos."
Estratégia
Hoje em dia todo mundo acha que o sucesso de uma franquia é copiar o MCU. Nah. Cada estúdio é um mundo, não dá pra adaptar um caso pro outro. Como a sua franquia, seu negócio, vai competir na indústria do cinema? Quais são as suas vantagens? Saber isso dá uma vantagem na estratégia.
Por ter noção disso, Patty Jenkins foi feliz com Mulher Maravilha em meio ao caos do DCEU. James Bond foi na contramão de MI e teve vários Bonds. Tem quem goste do Daniel Craig, do Sean Connery, do Pierce Brosnan, mas alguém gosta de algum. Esse foi o charme que eles criaram.
E a estratégia de Missão: Impossível? Ter ação frenética, cenas sem vergonhas de impossíveis sendo possíveis e um toque humano. Você se preocupa com os personagens, e isso não é comum nesse tipo de filme. Você quer ver o Bond chutando bundas, primeiramente. Em Missão Impossível você tem medo de fazerem algo com o Benji, do Ethan não sair de uma roubada a tempo ou alguém trair a IMF.
E... Esse nível tão grande de empatia e simpatia com os personagens, quem é mestre em criar? Yep, a Marvel. A Universal Pictures também acertou nessa mosca com Velozes e Furiosos.
A estratégia de filmar cenas insanas sem apoio de computação gráfica é real. Ela é um dos, ou o que mais motiva o público a voltar e ver o próximo e o próximo filme. Vamos de vídeo:
Eu acho cada ator muito carismático, dinâmico, e estou interessado em todas as suas histórias. Quando vejo todos juntos eu me inclino nessa história e é isso que eu quero de um filme, é o que eu quero que o público experimente. Como alguns dos meus filmes favoritos, onde você tem um grupo de grandes atores trabalhando juntos. Isso é algo que eu e McQuarrie trabalhamos muito, é o que nós amamos sobre filmes e narrativas.
Finanças
Para uma empresa crescer e se manter, é preciso gastar. Investimentos, compras, fusões, etc. Não vê a a Disney brigando pra comprar a Fox? Com isso a Casa do Rato terá muito mais acesso ao público, sobretudo na Europa. Isso viria num timing ótimo, pois eles querem lançar o tal serviço de streaming. E em franquias de cinema o dinheiro tem a mesma importância.
Se um filme não vai bem... Ele tem chance de ganhar sequência? Geralmente não. O raio não caiu de primeira, quem garante que vai cai de segunda? Por isso o novo filme dos Power Rangers nadou e morreu de primeira. Com gasto de U$ 100 milhões, o longa faturou U$ 142.3 milhões globais. O que é injusto, o filme é muito melhor do que dizem.
Já Batman vs Superman fez quase U$ 900 milhões globais. E o DCEU continuou, pois mesmo com as críticas e erros do filme, ele fez um belo pé de meia.
E Missão: Impossível? Os cinco filmes filmes fizeram o mínimo U$ 397.8 milhões (MI3) e máximo de U$ 694.7 milhões (Protocolo Fantasma). Juntos, os cinco quase U$ 3 bilhões, e Fallout vai ajudar a passar essa marca. Negar que foi um bom investimento... Não tem como, né?
E onde eles usam esse dinheiro? Dois palpites bem óbvios:
Infra-estrutura: ir a locais incríveis e lindos e caros de viajar sozinho, quem dirá com um batalhão de gente. Tipo Marrocos em Nação Secreta, ou Emirados Árabes em Protocolo Fantasma. Estruturas para ensaiar as cenas loucas que todos adoram;
Pessoal: Pode ver que numa escala gradual, os elencos de Missão: Impossível só melhoraram a cada filme. Em Fallout tem gente pesada tipo Alec Baldwin e Angela Basset, e o novato de ouro Henry Cavill. Não dá pra bancar um elenco desses só com beijo, abraço e aperto de mão;
Se você não gasta com efeitos especiais, tem que gastar ainda mais com pessoal e estrutura. Uma boa galera pode fazer milagres, e um seguro de vida que aceite as loucuras do Sr. Impossível, mais ainda. O salto de HALO não me deixa mentir:
Marketing
Um produto mal posicionado não vai pra frente direito. Confia na publicitária besta aqui. DCEU é prova. A Warner não sabe o que quer que esses filmes signifiquem para o público. Velozes e Furiosos sabe: a vida dos foras da lei das corridas, que dirigem carros caros e bonitos.
E Missão: Impossível? É engraçado. No fim do dia você percebe que tudo aconteceu pela força de vontade e a visão do Tom Cruise. Ser ator ajudou na visão de produtor, ele sabe posicionar o produto (franquia) de um jeito atraente. Os filmes tiveram atores e atrizes famosos, boas tramas, e diretores conceituados:
Assim você entendeu de forma resumida porque a franquia Missão: Impossível é a minha favorita, mais que o MCU. Se lá Kevin Feige é o hombre dos bastidores, e Robert Downey Jr o hombre das câmeras, aqui um cara fez sozinho os dois trabalhos... Mas o que é que Tom Cruise não consegue fazer? Ainda tão tentando descobrir:
Se um filme não vai bem... Ele tem chance de ganhar sequência? Geralmente não. O raio não caiu de primeira, quem garante que vai cai de segunda? Por isso o novo filme dos Power Rangers nadou e morreu de primeira. Com gasto de U$ 100 milhões, o longa faturou U$ 142.3 milhões globais. O que é injusto, o filme é muito melhor do que dizem.
Já Batman vs Superman fez quase U$ 900 milhões globais. E o DCEU continuou, pois mesmo com as críticas e erros do filme, ele fez um belo pé de meia.
E Missão: Impossível? Os cinco filmes filmes fizeram o mínimo U$ 397.8 milhões (MI3) e máximo de U$ 694.7 milhões (Protocolo Fantasma). Juntos, os cinco quase U$ 3 bilhões, e Fallout vai ajudar a passar essa marca. Negar que foi um bom investimento... Não tem como, né?
E onde eles usam esse dinheiro? Dois palpites bem óbvios:
Infra-estrutura: ir a locais incríveis e lindos e caros de viajar sozinho, quem dirá com um batalhão de gente. Tipo Marrocos em Nação Secreta, ou Emirados Árabes em Protocolo Fantasma. Estruturas para ensaiar as cenas loucas que todos adoram;
Pessoal: Pode ver que numa escala gradual, os elencos de Missão: Impossível só melhoraram a cada filme. Em Fallout tem gente pesada tipo Alec Baldwin e Angela Basset, e o novato de ouro Henry Cavill. Não dá pra bancar um elenco desses só com beijo, abraço e aperto de mão;
Se você não gasta com efeitos especiais, tem que gastar ainda mais com pessoal e estrutura. Uma boa galera pode fazer milagres, e um seguro de vida que aceite as loucuras do Sr. Impossível, mais ainda. O salto de HALO não me deixa mentir:
Marketing
Um produto mal posicionado não vai pra frente direito. Confia na publicitária besta aqui. DCEU é prova. A Warner não sabe o que quer que esses filmes signifiquem para o público. Velozes e Furiosos sabe: a vida dos foras da lei das corridas, que dirigem carros caros e bonitos.
E Missão: Impossível? É engraçado. No fim do dia você percebe que tudo aconteceu pela força de vontade e a visão do Tom Cruise. Ser ator ajudou na visão de produtor, ele sabe posicionar o produto (franquia) de um jeito atraente. Os filmes tiveram atores e atrizes famosos, boas tramas, e diretores conceituados:
- Brian de Palma: diretor de Scarface e Carrie a Estranha (original). Ele dirigiu o primeiro MI;
- Jon Woo: o mestre da ação, diretor de A outra Face e MI2;
- J.J. Abrams: Star Trek? Star Wars? Ele dirigiu MI3, que teve o primeiro e ótimo vilão da franquia;
- Brad Bird: Famoso pelas animações (Os Incríveis, Ratatoullie), ele dirigiu MI4. Esse tem a minha cena de ação favorita (a escalada do Burj Khalifa);
- Christopher McQuarrie: um dos meus diretores favoritos. Trabalhou com Tom Cruise em vários e bons filmes - No Limite do Amanhã, Jack Reacher (os dois), Operação Valquíria, A Múmia, . Ele dirigiu MI5, volta em MI6 e vai dirigir Top Gun 2. Hype.
Assim você entendeu de forma resumida porque a franquia Missão: Impossível é a minha favorita, mais que o MCU. Se lá Kevin Feige é o hombre dos bastidores, e Robert Downey Jr o hombre das câmeras, aqui um cara fez sozinho os dois trabalhos... Mas o que é que Tom Cruise não consegue fazer? Ainda tão tentando descobrir:
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