Para os cinéfilos, 2017 vem sendo o céu e inferno na Terra: todo mês os cinemas estão repletos de lançamentos, uma opção para cada gosto. Haja dinheiro. Entretanto, contrariando a expectativa que poderia ser lógica, não tivemos a melhor temporada de verão. Na verdade, a bilheteria foi a menor desde 2006.
Enquanto tivemos hits em Guardiões da Galáxia Vol. 2, Homem-Aranha: De Volta ao Lar, e Mulher Maravilha, que fez história e tornou-se um dos cinco filmes de herói mais lucrativos nos EUA, outros falharam em deixar boa impressão: Piratas do Caribe 5, A Múmia, não se deram muito bem, apesar das grandes expectativas. Mesmo filmes elogiados como Planeta dos Macados: A Guerra não tiveram vida fácil na bilheteria.
A medida que a temporada caminhou para o fim, as coisas pioraram. Nas duas últimas semanas não tivemos um filme de alto perfil.
Produções super aguardadas como Thor: Ragnarok, Liga da Justiça, e Star Wars: Os Últimos Jedi devem melhorar os números de outono/inverno*, mas sendo o verão onde os estúdios costumam fazer suas economias, não será nada fácil para os executivos.
(*Considerando as datas americanas)
Segundo o EW, foram arrecadados U$ 3.8 bilhões na temporada de verão 2017. É muito dinheiro? Sim. Mas também é um declínio de 14% em relação a 2016, e o pior em onze anos. Fica impossível apontar apenas um culpado para isso, mas fatores como a propaganda boca-a-boca você pode contar que tiveram grande influência nos números. Resumindo: ninguém esteve a salvo.
Vários filmes que não tiveram boa bilheteria entre maio e agosto encararam reviews negativos, o que ferindo as finanças. Por um tempo, franquias como Piratas do Caribe e Transformers eram tiros certos de Hollywood, mas dessa vez o público americano não se mostrou muito encantado. Com isso, esses e outros títulos se viram dependentes da bilheteria internacional, que ainda assim não foi capaz de fazer certos milagres.
(Como por exemplo, evitar que a Universal Pictures perca U$ 95 milhões com A Múmia)
Analistas previam uma temporada de verão difícil desde o começo, então para quem já estava de olho nas notícias, não é exatamente o maior choque do mundo. Ainda assim, é algo que chama a atenção, embora negativamente. O próximo verão terá as estreias de Vingadores: Guerra Infinita, Deadpool 2, Os Incríveis 2, Jurassic World: Fallen Kingdom, e o spinoff do Han Solo.
Então fica a pergunta: poderia com essas armas, Hollywood se defender da crise? Seria a morte do cinema?
Há quem diga que morte é exagero, porém a fadiga de certos formatos é real, como no caso das sequências. Até mesmo dos universos compartilhados. Mas ao mesmo tempo não chega a ser uma preocupação de 100% para Marvel Studios, Pixar e Lucasfilm, que geralmente operam acima das crises.
Se existe uma lição a ser aprendida aqui, ela é exatamente para os executivos: ter um pouco mais de cuidado com quais filmes aprovar. O público e a Imprensa Especializada (pff) atuais são implacáveis, e nem sempre dão segunda chance. Dunkirk e a comédia Girls Trip foram bem sucedidos por causa dos reviews. E pensar melhor o calendário de lançamentos (mas aí já são duas lições).
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