Não foi por falta de tentar, mas eu não consigo fazer review de filme. Sorte o Waka cobrir a função, pois a minha maior paixão vira um problema: eu falo muito. Acho injusto um review morno e chato, mas acho injusto o bombardeio de spoilers, e como é que fica, se quando eu começo a falar, não sei a hora de parar? Ninguém tem paciência pra ler, e eu adoro conversar, fugir do estilo IGN/Omelete da vida.
Aviso: daqui para frente o texto terá spoilers. Vários spoilers.
Mas nada nesse mundo, ou nos outros 51, me impediria de escrever sobre isso: fui assistir Logan. Dias após a hype inicial, primeiro pela regra básica, depois pela saúde, que se virou contra mim, mas eu fui. E comecei a semana com um soco no estômago maravilhoso. Não lembro de uma experiência tão intensa com um filme.
A maratona
O bairro do Rio onde eu moro não tem cinema. Juro. Sempre que surge um, não demora e fecha, é tipo uma maldição capitalista. E pensar que é considerado bairro classe média alta... Então corri para o Norte Shopping, mas eu não moro exatamente perto, não sou conhecida por ser pontual, então claro que eu cheguei para sessão das 13h30 às 13h40, e claro que eu me recusei a entrar.
Solução: comprar ingresso pra sessão das 16h15 e passar mais de duas horas esperando. Se era pra me despedir do meu mutante favorito, eu queria cada segundo disso. Foi divertido, deu para explorar o shopping, ver os próximos lançamentos, e a surpresa:
E eu fiz questão de registrar esse grito: vão passar Guardians (o poster do lado de Power Rangers) no Brasil, GENTE. pic.twitter.com/pQxxojsXTF— Bruna Telles (@tia_hizaki) 14 de março de 2017
Nada contra os Rangers, mas agora eu interessei mais em ver Guardians. O filme russo é diferente, bizarro, e eu sou a loca das ideias malucas.
A hora do show
Fiquei tão tensa que me enrolei na hora de achar o assento. Não sou de levar comida pra sala, pois eu acho que comida distrai e sinceramente, quem tem fome come em casa ou antes/depois do filme. Soltaram então os avisos, comercial de e-sports, trailer dos Rangers, Velozes 8, e eu ri de mim mesma por tietar baixinho na hora de Ghost in the Shell.
Graças a Atena as gralhas adolescentes atrás de mim ficaram quietas quando o filme começou, e olhe... Que começo. Com um bang. A sequência de abertura é super violenta, fiquei vibrando de ver e sentir a raiva animal do Wolverine, cortando todo mundo ao meio pra defender a limusine que é o único meio dele sobreviver.
Bendito seja Deadpool. O filme confirmou o que dizem há anos: existe mercado para filmes de heróis mais adultos. Não as confusões da Warner com a DC, ou pipocão da Marvel, que é bom, mas uma hora enjoa. Logan é sofrido, angustiante, intenso, lindo de violento, a fotografia é incrível como mostraram nos posteres, esse ar western com pé no realismo, um mix que eu adoro. Era o filme que nós precisávamos.
Razão 1 para amar o Wolverine: ele é o melhor no que faz, pois ninguém tem coragem de fazer o que ele faz. Isso faz ele ser um herói distorcido -um anti-herói- pois não é exatamente motivo de orgulho salvar o dia, porém matando pessoas. Pensa nos Vingadores salvando NY, destruindo NY. Steve Rogers ficaria assombrado de ter esse peso na consciência.
Sofrendo, mas sorrindo
Uma coisa que dá agonia é o tanto de vezes que Hugh Jackman cai no filme. São muitas vezes. O mutante antes saudável sofre com o envenenamento causado pelo adamantium, trazendo a velhice e dificuldade de se recuperar dos ferimentos, que não são espetadas de agulha não, o negócio é brutal. Mais de uma vez eu fiquei "wow" vendo ele ser transpassado por arpões, baleado, espancado.. Olha.
É de cortar o coração quando ele sofre pra tirar do corpo as balas dos bandidos que tentaram depenar a limusine. Nem ler direito ele consegue. Imagina o Wolverine usando de óculos de leitura? É fantástico. Jackman ficou muito bem obrigada como Velho Logan também.
Assim ele vai: transporta as pessoas, é pago, passa a fronteira e vai para o México, onde ele, Caliban e Xavier vivem escondidos. Pensar no Xavier ali, no alto dos 90 anos, sofrendo com convulsões, os poderes ainda funcionando, sem 99% dos amigos, é tipo engolir uma pedra e ela cair bem no fundo do seu estômago com um thud. É muito triste.
Caliban (Stephen Merchant) é quem salva o dia na medida do possível. O "GPS mutante" não pode ter contato com a luz, então cuida do local, do professor, do Logan, e é bacana, pois ele tenta dar um senso de normalidade e família num cenário tão ruim.
Os primeiros encontros
Meses antes do filme estrear eu peguei o spoiler da X-23 ser latina, e isso me animou demais. Muita gente se liga nas grandes coisas, eu amo os detalhes que dão a pitada de contexto. Foi só a Gabriela surgiu no enterro e eu entrei em modo "ai meu Deus é a mãe da Laura, daqui a pouco ela aparece e ai meu Deus, meu Deus, meu Deus." Pensa numa histeria mental. Foi a minha.
Logan rejeita todo contato amistoso como bom Musashi que ele é. E o primeiro encontro com a Transigen faz lembrar porque ele desistiu de lutar. Nesse mundo sem mutantes ele só quer fugir para o oceano, atrás de dias menos miseráveis.
Falando no diabo: Patrick Stewart foi genial o filme inteiro. Uma atuação impecável. Ele roubou a cena N vezes com o bom humor no timing exato, a melancolia de lembrar o fim dos outros X-Men, a decepção de ter salvo o Logan e ver no que o "filho" se tornou. São essas atuações que fazem valer o ingresso e deixam você nas nuvens.
Razão 2 para amar o Wolverine: eu tenho uma queda por esse tipo de personagem. Passado difícil, personalidade difícil, instinto de sobrevivência. Geralmente esses personagens mais durões são os mais leais, companheiros, e corajosos que existem. Eles sabem que nada tiveram, e vão lutar com tudo pra não perder 1 amigo que seja.
Fiquei na ansiedade monstra da hora em que Logan e Laura se encontrariam, e quando aconteceu me deu aquele [HEAVY BREATHING], porque realmente: todos os elogios que eu vi fazerem a Dafne Keen são muito, mas muito justos. Pensa numa garota que tem um futuro brilhante no cinema: é ela.
A forma que introduziram a X-23 no filme, o jeito que ela deu vida a personagem, tudo isso me surpreendeu demais. Mas esse assunto fica para segunda parte do texto, onde eu espero ver você de novo, viu? :)
Sofrendo, mas sorrindo
Uma coisa que dá agonia é o tanto de vezes que Hugh Jackman cai no filme. São muitas vezes. O mutante antes saudável sofre com o envenenamento causado pelo adamantium, trazendo a velhice e dificuldade de se recuperar dos ferimentos, que não são espetadas de agulha não, o negócio é brutal. Mais de uma vez eu fiquei "wow" vendo ele ser transpassado por arpões, baleado, espancado.. Olha.
É de cortar o coração quando ele sofre pra tirar do corpo as balas dos bandidos que tentaram depenar a limusine. Nem ler direito ele consegue. Imagina o Wolverine usando de óculos de leitura? É fantástico. Jackman ficou muito bem obrigada como Velho Logan também.
Assim ele vai: transporta as pessoas, é pago, passa a fronteira e vai para o México, onde ele, Caliban e Xavier vivem escondidos. Pensar no Xavier ali, no alto dos 90 anos, sofrendo com convulsões, os poderes ainda funcionando, sem 99% dos amigos, é tipo engolir uma pedra e ela cair bem no fundo do seu estômago com um thud. É muito triste.
Caliban (Stephen Merchant) é quem salva o dia na medida do possível. O "GPS mutante" não pode ter contato com a luz, então cuida do local, do professor, do Logan, e é bacana, pois ele tenta dar um senso de normalidade e família num cenário tão ruim.
Os primeiros encontros
Meses antes do filme estrear eu peguei o spoiler da X-23 ser latina, e isso me animou demais. Muita gente se liga nas grandes coisas, eu amo os detalhes que dão a pitada de contexto. Foi só a Gabriela surgiu no enterro e eu entrei em modo "ai meu Deus é a mãe da Laura, daqui a pouco ela aparece e ai meu Deus, meu Deus, meu Deus." Pensa numa histeria mental. Foi a minha.
Logan rejeita todo contato amistoso como bom Musashi que ele é. E o primeiro encontro com a Transigen faz lembrar porque ele desistiu de lutar. Nesse mundo sem mutantes ele só quer fugir para o oceano, atrás de dias menos miseráveis.
Falando no diabo: Patrick Stewart foi genial o filme inteiro. Uma atuação impecável. Ele roubou a cena N vezes com o bom humor no timing exato, a melancolia de lembrar o fim dos outros X-Men, a decepção de ter salvo o Logan e ver no que o "filho" se tornou. São essas atuações que fazem valer o ingresso e deixam você nas nuvens.
Razão 2 para amar o Wolverine: eu tenho uma queda por esse tipo de personagem. Passado difícil, personalidade difícil, instinto de sobrevivência. Geralmente esses personagens mais durões são os mais leais, companheiros, e corajosos que existem. Eles sabem que nada tiveram, e vão lutar com tudo pra não perder 1 amigo que seja.
Fiquei na ansiedade monstra da hora em que Logan e Laura se encontrariam, e quando aconteceu me deu aquele [HEAVY BREATHING], porque realmente: todos os elogios que eu vi fazerem a Dafne Keen são muito, mas muito justos. Pensa numa garota que tem um futuro brilhante no cinema: é ela.
A forma que introduziram a X-23 no filme, o jeito que ela deu vida a personagem, tudo isso me surpreendeu demais. Mas esse assunto fica para segunda parte do texto, onde eu espero ver você de novo, viu? :)
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