Para comemorar o dia das crianças de 2016, combando com os 30 anos da estreia de Saint Seiya na TV Asashi no Japão, vamos conhecer um pouco mais desse anime que foi o maior fenômeno da televisão brasileira e precursor da chama Geração Manchete™. Eleve seu cosmo e venha nessa viagem nostálgica de quem viveu a época que tinha Cavaleiros do Zodíaco em tudo, até nas balas.
Onde Edu Falaschi se salva \m/,
A série debutou em 11 de outubro de 1986 e ficou no ar até 1989. Como toda adaptação em anime possuem suas diferenças perante ao mangá, CDz também possui as suas a começarmos pelos desenhos das armaduras. Boa parte manteve-se fiel, entretanto, muitas foram modificadas e alguns desenhos que você conhece são exclusivos do anime como a primeira armadura do Seiya. Particularmente gosto da versão do anime no primeiro modelo.
Parte do enredo também sofre uma leve alteração quando comparamos com o mangá. A publicação da Weekly Shonen Jump nos trouxe as sagas Santuário, BlueWarriors, Poseidon e Hades. A saga Blue Warriors na verdade é um rápido solo de Hyoga na Sibéria onde reencontra seu amor Natassia e enfrenta alguns guerreiros do gelo. No anime essa "saga" foi substituída por Asgard, onde vemos Hilda e os guerreiros de Odin.
Invadindo o Brasil
O final da década de 1980 e início da década de 1990 era marcado pelos tokusatsus. O gênero literalmente significa filme de efeitos especiais e existem de diversos tipos como a série Kamen Rider, os super grupos, ou, Super Sentai, como as séries que passaram por aqui com Flashman, Changeman e mais tarde na rival a série Power Ranger (aqui gera um outro tema dentro dos super sentais).
Ao chegarmos em 1994 a TV Manchete estreava uma atração na qual eles fizeram uma aposta alta, e o risco também seria tão alto quanto despertar o sétimo sentido sendo cavaleiro de bronze. Cavaleiros do Zodíaco chegou ao Brasil e tornou-se uma febre, um fenômeno, um ritual de assistir TV as 18hs ou 18:30hs assim que você chegava da escola, ou esperar o horário se estudava de manhã como meu caso.
O curioso e agora fará muito sentido para você, é que a emissora possuía uma quantidade limitada de episódios e com isso, passamos por aquela fase chata de vermos reprises constantes até chegar novos episódios, ou pior, episódios cortados para "estender" a quantidade atual. Com o tempo o anime ficou completo e foi possível assistir tudo que havia sido animado.
A saga de Hades foi animada somente na década de 2000. Isso gerou um fenômeno que vejo como chato, tornando o anime que se fossem dois animes distintos. A animação original rendeu 114 episódios e terminou na luta contra Poseidon. Ao chegarmos em Hades, os eventos continuam, e há ligação com a saga anterior, porém, sabe-se Atena o porque, no Brasil foi vendido como se fosse um novo anime dos Cavaleiros em vez de ser a conclusão da história original.
Finalmente havia sentido em ver o horóscopo
Outro evento que atingiu os jovens no período de exibição da série, junto com o marketing massivo e as trocentas opções legais de brinquedos para comprar, era descobrir qual era o seu signo. Isso intensificou o interesse quando Seiya e cia chegam no desafios das 12 Casas para encerrar a fase do Santuário.
Como cada cavaleiro de ouro defendia respectivamente a constelação a qual nasceu, nós queríamos saber qual era o nosso signo, e assim, descobrir qual Cavaleiro de Ouro seríamos na hora da brincadeira. Curiosamente meus amigos que eram de Peixe nunca se manifestaram na época.
Isso impulsionou ainda mais as vendas específicas de alguns cavaleiros, devido o signo dos jovens, e as vendas totais. Os bonecos possuíam armaduras verdadeiramente de metal, hoje em dia é impossível imaginarmos algum lançamento do tipo e com preço competitivo. A linha Cloth Myth é espetacular, mas o preço ainda é patamar mestre do Santuário. Até o pessoal das revistinhas de horoscopo se beneficiaram.
Hades chegou entre nós
No final da década de 1990 a saudosa Rede Manchete faliu e com isso vimos o anime passar por diversas emissoras no futuro. A série ficou no ar de 1994 à 1997 na emissora. Em 2003 o Cartoon Netwrok começou a reprisar a série, e na TV aberta, a Band começou a reprisar em 2004.
Antes de começar a passar a reprise da série, inesperadamente durante a década de 2000 a TV Bandeirantes nos trouxe o inédito desfecho das aventuras dos nossos queridos cavaleiros de bronze: Hades finalmente estava entre nós.
Saint Seiya encerrou após a luta contra Poseidon devido o anime ter alcançado o mangá na época. Isso nos deixou órfãos da Saga de Hades. Como a série possui uma forte legião de fãs e estes foram persistentes, Kurumada e a Toei viram a possibilidade de animar a saga final. Parte da confusão dos nomes tem origem aqui, pois, para mostrar que seria "um novo anime", trataram a Saga de Hades como realmente um anime novo de CDZ com três arcos: Santuário, Inferno e Eliseos.
O último desafio dos cavaleiros de bronze retorna com tudo o que fizeram com que crescessem e tornar-sem melhores. Todos os clichês, momentos épicos e escala de desafios, foram muito bem repaginados. Afinal, nesse momento todos os cavaleiros e inclusive Atena, estavam prontos para morrer e garantir a paz no mundo.
Uma super produção foi realizada na nova animação e assim contávamos com um nível de animação muito espetacular, tornando ainda maior o que já era Cavaleiros do Zodíaco. Com o desafio de derrotar Hades em três etapas, descobrimos que a reencarnação do tinhoso seria no corpo do Shun. Andrômeda já era um dos mais fortes cavaleiros, porém, sempre houve muito preconceito com o personagem. Com o retorno de Hades, seu destaque cresceu.
Tendo ao seu dispor 108 espectros e comandados por Pandora até o seu retorno, o Imperador do Inferno começou seu plano de raptar Atena e continuar seus planos eliminando a deusa da Sabedoria. O desafio para Seiya e seus amigos estava ainda maior que tudo que eles enfrentaram. Mesmo com auxilio dos cavaleiros de ouro sobreviventes, vemos alguns renegados de volta a vida á serviço de Hades: Saga, Shura e Camus. Outros retornaram mas com vida curta.
Exclamação de Atena: um golpe extremamente forte e covarde, o qual foi proibido de ser utilizado por Atena em lutas contra um oponente ou justas. Vemos a execução do golpe durante a Saga de Hades quando os renegados (Saga, Shura e Camus) não conseguem passar por Shaka de Virgem. Como último recurso, eles apelam para o golpe proibido e matam o cavaleiro mais próximo de Deus. Furiosos com o ocorrido, Aiolia, Mú e Miro se unem para combater o trio e mais uma vez vemos a técnico em uso por ambos os lados. O poder da Exclamação de Atena é parecido ao Big Bang, e por esse motivo, se faz necessário unir três cavaleiros de ouro e ter se tornado um golpe proibido.
Games e os dias de hoje
Como citado ao longo do texto, Cavaleiros do Zodíaco atacou forte em diversas mídias e ao longo da sua existência recebeu alguns títulos no games como Saint Seiya Ougon Desentsu Hen. O sucesso da saga de Hades fez os personagens retornarem com um título de luta retratando as batalhas das 12 casas e cheio de extras. Ou seja, um presente enorme para os fãs no Playstation 2. Saint Seiya The Sanctuary foi um sucesso e rendeu a sequência Saint Seiya Hades. Como os consoles foram ficando cada vez mais poderosos, os jogos foram melhorando e vimos bons lançamentos no PlayStation 3 também, porém, com a Bandai perdendo um pouco da criatividade.
Novas versões do anime, e também no mangá, vieram a surgir e assim vimos spin offs e continuações como The Lost Canvas, Soul of God, Saint Seiya Omega. Cada uma com uma distinta finalidade, mas em comum, reunir os fãs. Lost Canvas nos mostra o passado, enquanto Soul of God foca mais na luta dos cavaleiros de ouro, e, Saint Seiya Omega foi uma forma de trazer novos fãs fazendo os pais de hoje (provavelmente você) junto com seus filhos, para os pequenos, passarem por algo similar à infância do pai.
São longos 30 anos, mas parece que era ontem que anoitecia e lá estava eu (e o país todo praticamente), assistindo um novo episódio de Cavaleiros do Zodíaco. Sem internet fomos forte, com internet chegamos ao sétimo sentido. Se a lição for passada direito ás novas gerações, Saint Seiya chegará vivo nos seus 60 anos de estreia. Eu estou nessa batalha, e vocês?
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